Manifestação

Ambulantes lucram de diversas formas no 7 de Setembro

Presentes nas manifestações de 7 de Setembro na tentativa de lucrar em meio à crise econômica, vendedores ambulantes apostam em produtos como água, camiseta, refrigerante, bandeira do Brasil e sorvete

Com a crise econômica, os altos índices de desemprego e aumento nos preços de itens da cesta básica, como gás de cozinha, carne e óleo de soja, por exemplo, os brasilienses aproveitam os protestos de 7 de Setembro, em Brasília, para incrementar a renda. A oferta de itens vai de camisetas com imagens do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), bandeiras do Brasil, água, refrigerante e até sorvete.

Patrícia Barreto, 41 anos, veio de Samambaia Norte com o filho André Medeiros, 19, - ambos vestidos com camisetas do presidente Bolsonaro - para vender água na Esplanada dos Ministérios. "Optamos por ficar por aqui mais por questão de segurança, além do que a gente quer vender bem. Como está muito quente, não vai faltar cliente", acredita Patrícia.

Pedro Marra/CB/DA Press - Comerciantes aproveitam manifestação para vender produtos
Pedro Marra/CB/DA Press - Comerciantes aproveitam manifestação para vender produtos

Estudante do 3º ano do ensino médio, André ajuda a mãe nas vendas e está animado em participar, mesmo que trabalhando, do primeiro protesto. "É a minha primeira manifestação e acho que vai ser tranquila. Não acredito que haverá confronto”, diz o jovem.

Melhor que Copa do Mundo

Vindo de Águas Lindas (GO), o ambulante Diogo Sousa, 27, pretende vender todas as 200 camisetas e cerca de 20 bandeiras. "Hoje vendo como está todo o movimento, acho que está melhor do que Copa do Mundo. Trouxe umas 200 camisas e já vendi 80. Como o pico da manifestação é só às 11h, acho que vou vender mais rápido ainda", diz o rapaz.

Formado em Educação Física, Diogo não exerce a profissão, mas tenta manter os filhos trabalhando como motoboy. "Tenho dois filhos gêmeos de 1 mês, e tenho que encarar o sol para dar sustento para os moleques", conta.

A estudante do 1º ano do ensino médio, Hevelen Vitória, 15, veio do Itapoã para vender açaí e cupuaçu na Esplanada. Ela deixou o pequeno quiosque próximo ao Congresso Nacional por volta das 9h, quando cerca de 20 clientes passaram para comprar o produto. Ela vende sorvetes em copos de R$ 4 a R$ 14. “Vou ficar até a hora que acabar. Não tenho hora para sair. Vendo na Rodoviária (do Plano Piloto) de terça-feira a sábado, mas vim aqui para aproveitar o grande movimento. E no calor, o povo acaba comprando sorvete", explica a jovem.

A adolescente conta os cuidados para trabalhar sob o forte calor. "Passei protetor no rosto e nos braços. Também trouxe água gelada pra me hidratar durante o dia. Acho que vai ser tranquilo (o protesto), mas se der confusão, eu me afasto", conclui Hevelen.

Protesto contra o governo

A ambulante Viviane Maria, 33 anos, está às margens da Torre de TV em busca de aumentar suas vendas neste feriado. Para a moça, movimentos partidários são oportunidades de gerar lucro.

“Para o ambulante é uma esperança. Temos a oportunidade de lucrar um pouco no meio desta briga partidária. É uma expectativa, mas tem muitos ambulantes com a mesma finalidade”, ressaltou. Água mineral, água de coco e refrigerante são os principais produtos que permitem a Viviane pagar todas as contas no início do mês. “Isso me dá toda a renda que preciso, é com isso que eu consigo viver e sobreviver”, disse.

Nas ruas há mais tempo, Branca Rodrigues optou por comercializar artigos que remetessem aos monumentos da capital. Há 31 anos a mulher veio tentar a vida no Distrito Federal.

“Estou na Torre de TV faz dois anos, mas cheguei em Brasília em 1990. Primeiro comecei vendendo comida, mas tive um câncer, minha filha casou e não tive forças para seguir sozinha. Por isso vendo esses artigos que muitos turistas admiram”, contou Branca.

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