CORONAVÍRUS

Vacinação: três postos do DF funcionam nesta terça-feira; confira endereços

A população que se vacinou com imunizantes da AstraZeneca ou da Pfizer e tinha data de aplicação do reforço marcada para até 24 de setembro poderá receber a segunda vacina a partir de amanhã. Com chegada de novos lotes, Executivo local definirá se ampliará público

A chegada de mais doses contra a covid-19 ao Distrito Federal, na semana passada, permitiu à Secretaria de Saúde (SES-DF) autorizar mais uma etapa de antecipação das aplicações. Quem estiver com data marcada para completar o ciclo vacinal até 24 de setembro poderá receber os imunizantes Oxford/AstraZeneca ou Pfizer/BioNTech a partir de amanhã. O anúncio da decisão ocorreu durante coletiva de imprensa, nessa segunda-feira (6/9), na sede da pasta. Horas depois da reunião, uma remessa com 31,5 mil unidades para dose dois (D2) desembarcou na capital do país.

Para quarta-feira (8/9), há previsão da chegada de mais dois lotes de vacinas da Pfizer, sendo 16.380 para a primeira dose (D1) e 26.910 para a D2. Quem estiver no prazo de receber a segunda aplicação pode ir a qualquer posto de atendimento, apresentar o cartão de vacinação e documento com foto. Hoje, porém, devido ao feriado, apenas três locais receberão o público (leia Programe-se). As demais unidades básicas de saúde (UBSs) não vão abrir. Amanhã, todos os pontos voltam a funcionar, e a lista com os endereços estará disponível no site do Correio.

Desde a última segunda-feira (30/8), o Distrito Federal não tem imunizantes para primeira dose na Rede de Frio Central. No entanto, há 9 mil doses distribuídas para esse fim nos pontos de vacinação. Para a D2, há 201,1 mil em estoque. Contudo, a Secretaria de Saúde informou que não tem informações detalhadas sobre a quantidade distribuída entre os postos, pois ela varia de acordo com a dinâmica de atendimento em cada endereço.

Até segunda-feira (6/9), 2,03 milhões de pessoas haviam iniciado o esquema vacinal, e 854,4 mil completaram o ciclo. Além desse quantitativo, outros 56,3 mil indivíduos receberam a dose única da Janssen. Com isso, os imunizados representam 35,3% da população apta a ser atendida no DF — pessoas com 12 anos ou mais. Os que completaram apenas a primeira metade do processo são 78,8% desse público.

Mesmo com o possível envio das vacinas da Pfizer para D1 à capital federal, a Secretaria de Saúde afirmou que não há previsão de ampliar a faixa etária atendida. O imunizante da marca é o único autorizado atualmente para aplicação em adolescentes. “Nós precisamos receber as doses, e, em função do quantitativo, vamos verificar se é possível avançar para (o público com) 16 anos”, destacou o chefe da pasta, general Manoel Pafiadache. “Muitas vezes, quando você abre uma idade como essa — em que há pouco mais de 40 mil pessoas — e tem poucas doses, pode-se criar um tumulto indesejado. Por isso, temos esse cuidado, por uma questão de segurança”, completou.

Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF - Secretaria de Saúde aguarda envio de novo lote para decidir sobre ampliação de público-alvo da campanha

Enquanto não define o destino das vacinas, o Executivo local manterá as doses recém-chegadas na Rede de Frio Central. Dados da pasta mostram que, até o momento, 70% dos adolescentes com 17 anos tomaram a D1 no Distrito Federal. Na semana passada, o governador Ibaneis Rocha (MDB) adiantou ao Correio a expectativa de recebimento de 150 mil doses da Pfizer para esse grupo. Tão logo o Ministério da Saúde enviasse os imunizantes, a SES-DF abriria o atendimento para pessoas de 15 e 16 anos, segundo o mandatário.

Na coletiva dessa segunda-feira (6/9), o subsecretário substituto de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, ressaltou a importância das medidas de proteção contra a covid-19 para garantir a efetividade das vacinas. Ele lembrou que, mesmo imunizado, é necessário manter o uso de máscara e de álcool em gel para higienização, além de garantir o distanciamento das pessoas. “Em restaurantes e bares, só é permitido ficar sem máscara na mesa, enquanto se come ou bebe algo, sendo obrigatório o uso dela para transitar nos estabelecimentos”, frisou.

Reforço

Em relação à terceira dose, destinada, inicialmente, à população com 70 anos ou mais e imunossuprimidos, a SES-DF informou que aguarda posicionamento do Ministério da Saúde e envio dos imunizantes pelo órgão federal antes de definir uma estratégia de vacinação para esse público. “Por enquanto, solicitamos que as pessoas não procurem os postos (do DF) em busca dessa dose”, recomendou Fabiano dos Anjos.

A expectativa é de que o Ministério da Saúde emita uma recomendação para os estados e para o Distrito Federal sobre o reforço em 15 de setembro. A princípio, a terceira dose será aplicada com imunizantes da Pfizer, independentemente do fabricante das duas primeiras doses — seja CoronaVac ou seja AstraZeneca. A aplicação deverá ocorrer a partir de seis meses depois da segunda vacina.

Para o médico e doutor em saúde pública Roberto Bittencourt, a dose de reforço será “extremamente importante”. “Temos observado um aumento de casos e de mortes entre a população com mais de 60 anos. Pesquisas científicas comprovaram que as vacinas têm eficácia que dura seis meses e, para boa parte desse grupo etário, esse período passou. Porém, o que temos visto é uma preocupação contrária, com a atenção para vacinar os adolescentes”, compara o especialista. Roberto acredita que, quando tiver início a aplicação do reforço, a capital federal terá um cenário de estabilização dos registros.

Programe-se

Confira os pontos de vacinação do Distrito Federal nesta terça-feira (7/9):

Jovens de 17 anos

  • UBS nº 3 de Taguatinga (pedestres)

Primeira dose, das 9h às 17h

Adultos com 18 anos ou mais

  • UBS nº 3 de Taguatinga (pedestres)

Primeira e segunda doses, das 9h às 17h

  • UBS nº 7 de Ceilândia (pedestres)

Segunda dose, das 9h às 17h

  • Praça dos Cristais (pedestres e drive-thru)

Primeira e segunda doses, das 18h às 22h

Casos sobem, mas transmissão cai

O Distrito Federal teve mais 1.060 casos confirmados da covid-19 em 24 horas. O aumento foi de 59,8% em relação ao verificado no domingo (5/9), segundo boletim diário da Secretaria de Saúde (SES-DF) divulgado nessa segunda-feira (6/9). A quantidade de notificações voltou a subir, após um fim de semana com média de 675 infectados, seguido de três dias com total acima de mil.

Com os novos registros, o quantitativo de infecções subiu para 476.143, dos quais 10.144 (2,1%) terminaram em morte, devido a complicações provocadas pela doença.

O levantamento da SES-DF contabilizou mais 16 mortes, registradas entre 7 de junho e segunda-feira (6/9) — quando três pessoas morreram. A maioria das vítimas tinha 60 anos ou mais. A média móvel de mortes fechou o dia em 14,71, com alta de 8,4% em relação ao verificado duas semanas antes. Por outro lado, a taxa de transmissão do novo coronavírus diminuiu. O número caiu de 0,97, no domingo (5/9), para 0,94, nessa segunda-feira (6/9). Esse índice determina se a epidemia avança ou desacelera. Quando o número é menor do que 1, cada grupo de 100 pessoas infectadas transmite o Sars-CoV-2 para menos de 100 pessoas.

Responsabilidade

Em relação à média móvel de casos, o resultado foi de 886,14, o maior desde 18 de junho. O indicador aumentou 31,6% em relação ao registrado duas semanas antes. Infectologista e professora da Universidade de Brasília (UnB), Valéria Paes comenta que, nas últimas semanas, houve uma crescente nas internações de idosos. Por isso, ela cobra que a população se atente aos cuidados para evitar a transmissão do vírus.

“Temos visto, com o avançar da imunização, um relaxamento das medidas de prevenção. E, por termos uma variante altamente transmissível como a Delta (cepa identificada primeiro na Índia), os idosos tendem a ficar mais vulneráveis. Entendo a agonia de todos, pois estamos há muito tempo vivendo uma pandemia, mas precisamos aprender a conviver com o vírus de forma responsável”, pontuou Valéria.