Em visita às obras do túnel de Taguatinga, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarou, ontem, que o início do período de chuvas não trará problemas aos trabalhos no local. “A fase está bem avançada, então, a questão da chuva não atrapalhará, pois nós já estaremos com tudo concretado e a parte das lajes toda pronta”, assegurou. Já a construção do viaduto no Sudoeste, que havia sido suspensa, poderá continuar, após decisão de ontem da Justiça.
Iniciada em julho de 2020, a construção da via subterrânea está 45% concluída e tem previsão de entrega para o fim do primeiro semestre de 2022. Segundo Ibaneis, após a concretagem, que deve durar seis meses, as próximas fases da obra serão: afundamento do túnel, laje de baixo e parte superior. De acordo com a Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF), o túnel de Taguatinga tem investimento total de R$ 275 milhões.
O governador citou que a construção do túnel é um pedido antigo da comunidade local. “Os moradores de Taguatinga sabem da importância dessa obra, pois a aguardavam há mais de 20 anos. Agora, ela se desenrola com muita velocidade, inclusive a parte de cima, que terá um boulevard muito bonito, que vai valorizar a vida do taguatinguense”, declarou.
A SODF esclarece que, com a construção do túnel, o trânsito no centro de Taguatinga, por onde trafegam cerca de 137 mil veículos diariamente, será desafogado. A estimativa da pasta é que o tempo de deslocamento dos motoristas que passam pela região seja reduzido em, pelo menos, 25 minutos.
Dono de uma farmácia no centro de Taguatinga, José Orlando Nunes, 63 anos, diz que as vendas caíram de 60% a 70% devido à obra do túnel. “Foi uma queda muito grande, e está difícil conseguir superar. Aqui era um movimento muito grande de pessoas. Acredito que depois que terminarem o túnel, os clientes voltarão. Vai ficar muito bom”, anima-se o comerciante, que também é morador da cidade.
O técnico em celular Rurico Brito, 42, é cadeirante e também tem enfrentado dificuldades ao transitar pelo centro de Taguatinga. “Venho direto por causa do banco e para comprar peças para meu trabalho. Está muito complicado, mas acho que vai melhorar depois que terminarem a obra. Onde eu desço está fechado, e tenho que andar muito mais para atravessar o centro”, afirma o morador de Ceilândia.
Sudoeste
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) revogou, ontem, o pedido de liminar para a suspensão das obras do viaduto na interseção da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) com o Sudoeste e o Parque da Cidade. A Justiça avaliou que a paralisação do projeto pode causar danos ao erário “pelo evidente aumento de custos respectivos em decorrência da suspensão”, aponta o juiz Carlos Maroja, da Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF, que assinou a decisão.
O pedido de liminar foi feito pelo Ministério Público do DF. Parte da comunidade local é contra a derrubada das árvores na região por causa da obra. Moradores chegaram a realizar protestos.
“A ponderação entre o clamor pela paralisação para o fim de preservar a composição natural da área e a expectativa social pela conclusão da obra, que irá beneficiar a mobilidade de vastas camadas da população, indica que seria socialmente mais gravosa a suspensão do projeto”, destaca a decisão.