Depois de concluírem com êxito o processo de adoção internacional conduzido pela Comissão Distrital Judiciária de Adoção do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) (CDJA), no último mês de agosto, dois irmãos brasileiros, uma menina de 12 anos e um menino de 10, embarcaram para a Itália com seus novos pais. O jardim do Nosso Lar, instituição de acolhimento em que viveram durante três anos e meio, passará a ser apenas uma lembrança. Outros cenários surgirão para estas crianças, agora acompanhadas de pai e mãe.
Essa foi a primeira adoção internacional concluída pela CDJA desde o início da pandemia da covid-19. De acordo com a Comissão, um dos desafios enfrentados foi realizar atendimentos preparatórios de adoção com as crianças na modalidade on-line. “Fizemos, pela primeira vez, uma preparação conjunta, com a participação direta da equipe técnica do acolhimento. Como os atendimentos revezavam semanalmente entre as modalidades on-line e presencial, tínhamos que contar com o auxílio da equipe técnica do Nosso Lar quando as intervenções eram por vídeo, de modo a oferecer maior suporte para os irmãos. Foi uma rica experiência!”, conta Ana Carolina Gomes, psicóloga da CDJA.
Ana Carolina explica que os cuidados com a saúde dos envolvidos tiveram atenção especial em razão da pandemia. E algumas mudanças no processo tiveram que ser tomadas como medida de segurança. Mesmo com as mudanças necessárias na condução desse processo adotivo em razão da pandemia, a CDJA avalia que o trabalho foi positivo e não houve prejuízos. “Ao final do processo, avaliamos que os desafios foram experiências que ampliaram as formas de pensar ações e intervenções, utilizando tecnologias e recursos que temos à disposição”, afirma a psicóloga da CDJA.
Importância da preparação
Para preparar os irmãos, foram realizadas videoconferências semanais entre eles e o casal adotante, visita antecipada ao apartamento em que ficariam hospedados com a família, bem como um acompanhamento bem próximo e alinhado com a instituição de acolhimento e a psicoterapeuta das crianças.
Esse processo de preparação começou bem antes, o que contribuiu significativamente para o processo adotivo, segundo a CDJA. No início do trabalho direcionado à adoção internacional, a equipe da Comissão observou que as crianças já estavam muito bem preparadas para a possibilidade de serem inseridas em uma família adotiva.
Era uma vez...
A CDJA continuou a tradição e os irmãos ganharam um livro inédito sobre sua história, em formato de conto infantil escrito a partir do relato das vivências das próprias crianças. A obra O futuro se desenha hoje é de autoria da psicóloga Ana Carolina Gomes, com ilustrações da servidora do TJDFT Lívia Bezerra de Godoy.
Trabalho colaborativo
O caso dos irmãos foi encaminhado à CDJA no início de janeiro deste ano, após não ter sido encontrada nenhuma família disposta a adotá-los no Sistema Nacional de Adoção. Já em fevereiro, as crianças foram apresentadas aos organismos internacionais de adoção e no mesmo mês o organismo italiano Il Mantello confirmou a disponibilidade de um casal já habilitado no Brasil para adotá-las.
*Com informações do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
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