Maternidade

Bebê morre no Hospital de Sobradinho e família denuncia negligência

Óbito ocorreu nesta quarta-feira (22/9), no bloco Materno Infantil do hospital, após a queda de energia na unidade de saúde. Secretaria de Saúde nega negligência e diz que a criança estava em prematuridade extrema

Ana Maria Pol
postado em 23/09/2021 12:58 / atualizado em 23/09/2021 13:47
 Alessandra de Sousa Araújo, mãe da bebê, vai denunciar o caso ao Ministério Público do DF e Territórios -  (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)
Alessandra de Sousa Araújo, mãe da bebê, vai denunciar o caso ao Ministério Público do DF e Territórios - (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)

Um bebê nascido há 38 dias morreu, na tarde desta quarta-feira (22/9), no bloco Materno Infantil do Hospital Regional de Sobradinho, após a queda de energia na unidade de saúde. Familiares denunciam que o falecimento foi provocado devido à falta de cuidado durante a transferência da paciente, realizada na tarde desta quarta-feira (22/9), após o centro de saúde ter bandeira negra decretada. A Secretaria de Saúde nega negligência e diz que a criança já estava em prematuridade extrema.

Em entrevista ao Correio, a mãe da recém nascida Laura, a atendente Alessandra de Sousa Araújo, 29 anos, contou o drama enfrentado pelos pais e demais parentes do bebê na tarde desta quarta-feira (veja o vídeo abaixo). “Tinha muita correria pra ver o que eles iam fazer pra transportar os bebezinhos, porque precisavam sair dali, já que as tomadas não estavam funcionando, tinha dado curto circuito. Foi quando eles arrumaram uma enfermaria, na parte de cima, pra levar os bebês”, disse.

Laura era prematura de sete meses. Alessandra explica que ela estava com infecção causada pelos procedimentos pelos quais ela passava diariamente, devido a prematuridade. “Depois desse episódio, por volta das 16h, ela faleceu. Eu vou ficar pra sempre com a pergunta de que se ela tivesse permanecido, ela teria sobrevivido”, diz. Segundo a atendente, a filha estava estável. “Ela teve um quadro de piora da infecção, mas estava fazendo uso dos medicamentos”, informou.

Segundo Alessandra, o hospital não disse nada sobre o ocorrido. “Só comentaram da situação dela (Laura), dizendo que ela agravou, veio a óbito, tentaram reanimar mas não conseguiram”, disse. “Eu, sinceramente, acho que o fato de terem transportado ela, de terem tirado o oxigênio durante o período do transporte, acho que agravou. A mãe explica que Laura ficou sem o tubo de oxigenação por um período de três a quatro minutos.

Agora, Alessandra diz que busca respostas. “Eu quero saber se o meu bebê tivesse permanecido embaixo, se teria acontecido isso. Porque é muito estranho ter acontecido justamente no dia em que mexeram nela. Ela passou por casos piores lá dentro”, lamenta. Agora, a família pretende entrar com um recurso no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para apurar a causa da morte de Laura.

Em nota, a Secretaria afirmou, nesta quarta-feira (23/9), que o óbito não tem relação com a queda de energia. “A criança tinha prematuridade extrema e já estava com o quadro de saúde instável. A pasta se solidariza com a família e lamenta o óbito”, pontuou.

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