Embalada por músicas de Luiz Gonzaga e Falamansa a Beatles e Chiquinha Gonzaga, a noite de lançamento do livro Histórias dos sabores que vivi, da jornalista do Correio Liana Sabo, teve um caldeirão de memórias marinadas, servidas com o melhor acabamento aos mais tradicionais comensais de Brasília. No cardápio, vol-au-vent de palmito, brusqueta de shitake, folhado de queijo roquefort e risoto com tiras de filé mignon ao vinho. O evento ocorreu em área externa, para poucos convidados. O clima de festa marcou não apenas o lançamento de um compilado histórico da gastronomia da cidade, mas, também, a chegada da primavera no Hemisfério Sul e o aniversário da estrela da noite.
Liana Sabo escolheu o dia em que veio ao mundo para presentear a literatura e a gastronomia da capital federal, quase como forma de agradecimento — afinal, Brasília é cenário e protagonista das histórias da jornalista, contadas desde 1993. Naquele ano, a colunista começou a escrever sobre gastronomia neste jornal. Em 1998, veio a coluna Favas Contadas, que, em breve, voltará às páginas impressas.
“Uma característica da coluna de gastronomia de Liana é nunca ter se apegado à crítica. Ela sempre manteve um olhar positivo, preocupada com o mercado gastronômico de Brasília. Sempre teve uma postura de ajudar os restaurantes locais, em tom sutil e construtivo. E essa é a verdadeira missão do jornalismo”, elogiou o vice-presidente executivo do Correio, Guilherme Augusto Machado.
Diante do anúncio do retorno da coluna, Liana destacou a importância do veículo onde trabalha há 52 anos para a história da capital federal. “Jornalismo nunca é devagar. É sempre no susto, de supetão”, definiu. “O livro foi escrito aqui, no Correio, que nasceu junto com Brasília. Tanto o jornal quanto Histórias dos sabores que vivi são poços de histórias”, discursou.
Em agradecimento ao idealizador e editor do livro, o também jornalista Rosualdo Rodrigues, Liana mencionou o papel fundamental do amigo na elaboração da obra. “(O resultado) é uma coletânea de textos meus que Rosualdo achou interessante. Por muito tempo, ele editou o que eu escrevia e corrigiu eventuais equívocos. Percebi que ele se divertia lendo minhas palavras, o que me deixava feliz. Ele sempre expressou o desejo de lançar um livro meu”, contou a colunista.
Trajetória de primor
“Para a gastronomia de Brasília, Liana Sabo é, sem dúvida, a primeira-dama.” O elogio do sommelier Leonildo Santana tem peso dobrado. O degustador conhece a colunista há 22 anos e resume a relação dos dois como uma parceria de amizade e trabalho: “Desde 1999, acompanho o que ela fez na coluna do jornal. E somos amigos fora do círculo profissional também. Muitas coisas que não sabemos sobre a gastronomia da cidade chega até nós por meio dela”.
A importância do trabalho de Liana Sabo para a consolidação da cena gastronômica do Distrito Federal alcança desde estabelecimentos novos aos tradicionais da cidade, como o Dom Francisco. “Ela foi importantíssima na nossa trajetória. A gastronomia de Brasília deve muito a ela. Tenho certeza de que será delicioso ler esse livro. Vou relembrar muita coisa interessante que aconteceu na cidade”, comentou Juliana Ansiliero, filha de Francisco Ansiliero — que fundou o restaurante em 1988.
“As melhores coisas da gastronomia de Brasília estão contadas e resumidas nessa obra. Mesmo quando Liana não pode fazer nada para ajudar, ela dá confiança e esperança às pessoas. Ela tem bom senso, seriedade e tem conseguido destacar os melhores aspectos da cidade no material dela”, completou Francisco.
A apresentadora Mônica Nóbrega é outra que não poupa elogios à colunista. Amigas há, ao menos, 18 anos, as jornalistas estreitaram os laços por meio da gastronomia. “Eu apresentava um programa de tevê ao vivo e entrevistava muitos donos de restaurantes, chefs. Liana era uma grande fonte, com informações preciosíssimas, e ficamos muito próximas. Ela não só sabe dos acontecimentos, mas conhece a parte sensorial do assunto, a história, as origens de parcerias, a atuação de empreendedores, os prêmios de reconhecimento. Liana é uma história viva. O que mais me impressiona é a memória dela, e a grande qualidade que ela tem é ser verdadeira. É muito franca e, por isso, mais do que admirada, ela é respeitada”, concluiu Mônica.
É possível dividir a gastronomia de Brasília entre antes e depois de Liana Sabo. Não apenas por ser a primeira jornalista da capital do país a abordar o tema, mas pelas barreiras que a colunista expandiu em relação ao assunto. Mais do que descrever ingredientes, analisar pratos, retratar novos estabelecimentos e valorizar a trajetória de restaurantes tradicionais, Liana apoiou — e apoia — a cena gastronômica do Distrito Federal.
“Desde o primeiro momento, ela nos ajudou muito. É, na verdade, uma incentivadora, não uma crítica. Ela não vai aos estabelecimentos para achar defeitos ou erros, e nós precisamos de destaques positivos, que elevem a gastronomia da cidade. Ela faz isso com primor espetacular. Nunca li nenhuma matéria da Liana que diminuísse a imagem de qualquer estabelecimento. Ela faz textos que tocam o coração de todo mundo, com grande sensibilidade, e merece que esse livro seja um sucesso nacional”, desejou Jael Antonio da Silva, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF) e amigo de Liana desde 1991.
Histórias dos sabores que vivi
Boníssimo! Edições, 2021
250 páginas, R$ 80
Disponível em: boníssimo.blog
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