Em entrevista ao Correio, a psicóloga perseguida e ameaçada por um antigo paciente, de 61 anos, deu detalhes de como tudo começou. A profissional, de 30 anos, que prefere preservar a identidade, ainda teme que o homem volte a intimidá-la. A iniciativa para denunciá-lo veio depois de a vítima receber uma mensagem em tom ameaçador. “Se você não ficar comigo, não fica com mais ninguém”, escreveu o autor. Na quinta-feira, ele foi preso em flagrante pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) dentro do consultório da psicóloga e vai responder em liberdade pelo crime de ‘stalking’ (perseguição), com pena de seis meses a dois anos de prisão.
A profissional atende o público infantil e também é neuropsicóloga de idosos. Longe das redes sociais, ela prefere manter os atendimentos por indicações. O autor deu início às consultas em dezembro de 2020. Depois, a psicóloga tirou férias e retornou no final de janeiro. A mulher começou a desconfiar do homem no Dia dos Namorados, em 12 de junho, quando o idoso teria se declarado. “Ele me falou pessoalmente e comentava que tinha se apaixonado por eu ser bonita e por atendê-lo. O que mais me deixou preocupada foi ele ter falado que estava com ciúmes”, detalhou a vítima.
Assustada, a psicóloga decidiu suspender os atendimentos, mas o homem se negou. A partir daí, a profissional começou a viver dias de terror. “Ele encaminhava mensagens e ligava corriqueiramente. Eu o bloqueei de tudo, mas ele criava perfis e telefonava de outros números. Foi terrível”, desabafa. Segundo o delegado Thiago Hexsel, da Delegacia Especializado de Atendimento à Mulher (Deam 1), a mulher encaminhou o paciente para outro profissional, do sexo masculino. “Mesmo a psicóloga não demonstrando interesse, o homem não parou de persegui-la após encerrar o tratamento”, explicou o delegado.
Denúncia
Com as negativas, o homem decidiu aparecer no consultório da vítima de surpresa. Para ela, a atitude foi a gota d’água. “Ele entrou na sala insistindo para que retomasse os atendimentos. Não respondi e logo fui registrar o boletim”, disse ela.
Com as provas em mãos, a polícia montou campana dentro da clínica e aguardou pela chegada do paciente. Quando o homem entrou, foi abordado e preso. Apesar disso, a vítima desabafa e diz que não se sente totalmente segura. “Não estou atendendo nenhuma ligação, somente via WhatsApp. Acho que as pessoas estão passando dos limites, e aqui no DF tem ocorrido muitos casos desse tipo. Hoje, você ser bem tratado já é motivo para as pessoas interpretarem errado”, finalizou.
Cartas
Mesmo contra a vontade da profissional, o criminoso ia ao consultório da psicóloga e deixava cartas se declarando. “O maior fracassado não é aquele que fracassa a primeira vez, e sim aquele que não tenta a segunda”, disse o homem, em um dos bilhetes.
Na semana passada, o autor deixou outra carta no consultório dizendo que iria falar com ela de qualquer forma. Na quinta, o homem apareceu novamente no trabalho da vítima, mas uma equipe especializada da PCDF o esperava para realizar a prisão em flagrante.
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Prostíbulo no Sudoeste
Moradores da Quadra 103 do Sudoeste ficaram surpresos ao descobrir que em uma das salas comerciais do bloco B funcionava uma casa de prostituição há, pelo menos, dois anos. O local era sede de uma casa de massagem “disfarçada” para evitar chamar a atenção dos vizinhos e despistar a polícia. Em uma investigação que durou cerca de cinco meses, policiais da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) invadiram o estabelecimento, cumpriram mandado de busca e apreensão e prenderam uma jovem, de 27 anos, apontada como a “cafetina”.
Sob a condição de anonimato, uma testemunha relatou que, por inúmeras vezes, homens batiam na porta da sala dela procurando pelo serviço de garotas de programa. “Cansei de contar quantas vezes confundiram o endereço. Batiam aqui e diziam: ‘Olá. Combinamos pelo WhatsApp. Você se lembra?’”, contou, ao Correio. Agora, a mulher sente-se aliviada. “Até que enfim. Era uma perturbação”, complementou.
Na noite de quinta-feira, a Polícia Civil do DF entrou no local e flagrou o momento exato em que garotas de programa atendiam um cliente. Investigações revelaram que a proprietária era responsável por aliciar as meninas e cobrava de cada uma o valor de R$ 50 por cada programa concluído.
“Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no local. Conseguimos apreender celulares, máquinas de cartão de crédito e um caderno com a contabilidade da casa, o que comprovou o crime”, detalhou o delegado à frente do caso, Douglas Fernandes, adjunto da 3ª DP.
A proprietária da casa de massagem foi presa em flagrante e responderá pelos crimes de rufianismo (consiste em tirar proveito da prostituição participando diretamente dos lucros) e por manter uma casa de prostuição. A pena para esse tipo de crime pode chegar a nove anos. A jovem foi encaminhada à Carceragem da PCDF e permanece à disposição da Justiça. (DD)
CPI vai investigar maus-tratos em pet shops
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) contra maus-tratos a animais, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), vai abrir investigação sobre denúncias de casos ocorridos em clínicas veterinárias e pets hops da capital. A iniciativa é do deputado e presidente da comissão, Daniel Donizet (PL). Ontem, ele fez um pedido à Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e a Ordem Urbanística (Dema) para que os profissionais deem celeridade (rapidez) às investigações.
Em uma rede social, o parlamentar informou que encaminhou um ofício à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para pedir informações sobre o caso do cachorro Flock. O animal morreu de uma suposta parada cardiorrespiratória em um pet shop na Asa Norte, quarta-feira, quando foi receber banho e tosa no local.
“Também estou enviando um ofício para que o pet shop apresente sua versão. Pedi, ainda, que a tutora me encaminhe o resultado da necrópsia do cachorro, atestando a causa da morte, assim que for liberado. Vou reunir todas essas informações e documentos e levar para avaliação da CPI dos Maus-tratos a animais. Segundo Larissa (dona do cão), o caso dela não é isolado. Outras pessoas teriam entrado em contato dizendo ter passado pela mesma situação”, afirma o parlamentar.
O caso
O animal morreu duas horas após a tutora, Larissa Marques, 34 anos, deixar o cachorro no estabelecimento. A mulher recebeu o animal morto, cão da raça Spitz, de apenas 1 ano e 4 meses. Ao perguntar o que tinha acontecido com Flock, o responsável técnico pelo estabelecimento, o veterinário Luis Gustavo Silveira, não soube explicar à Larissa o que havia ocorrido.
“Eu tinha deixado o meu cachorro lindo e bem. Deu pra ver nas imagens da minha câmera que ele estava feliz no meu colo. Quando cheguei lá, ele (veterinário) entregou o cachorro morto na minha mão. Ele que foi me dar a notícia. Disse-me que não sabia o que tinha acontecido e que não podia fazer nada”, relata a moradora da Asa Norte.
Em nota publicada em uma rede social, o pet shop afirma que recebeu Larissa e o cachorro, o spitz alemão Flock, para a realização de banho. O animal foi recepcionado às 9h30 e estava aparentemente saudável e bem. “O banho foi feito sem intercorrências. Passou-se então para a secagem dos pelos de Flock, com secador comum e utilizando as melhores e seguras práticas veterinárias”, explica o estabelecimento.
Por volta das 11h, durante o atendimento ao cão, veterinários notaram que o animal havia desmaiado, sendo trazido às pressas para a clínica do local. “O animal foi examinado e recebeu todos os procedimentos de primeiros socorros aplicáveis, incluindo técnicas de reanimação cardiorrespiratória. Flock estava hipotenso e, apesar de todos os esforços de nossa equipe, não melhorou”, acrescenta o pet shop, em nota.
Ainda de acordo com o estabelecimento, por volta das 12h, foi constatada a morte do cachorro, “sendo a senhora Larissa Carvalho imediatamente contactada e avisada a respeito do acontecido”, diz o texto.