Investigação

CPI dos maus-tratos da CLDF recebe denúncias após cão morto em pet shop

Iniciativa é do presidente da comissão, o deputado Daniel Donizet (PL). Nesta sexta-feira (17/9), ele solicitou celeridade nas investigações à Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e a Ordem Urbanística (Dema)

Pedro Marra
postado em 17/09/2021 21:18 / atualizado em 17/09/2021 23:07
 (crédito: Divulgação/PCDF)
(crédito: Divulgação/PCDF)

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) contra maus-tratos a animais, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), vai abrir investigação sobre denúncias de casos ocorridos em clínicas veterinárias e pet shops da capital. A iniciativa é do presidente da comissão, o deputado Daniel Donizet (PL). Nesta sexta-feira (17/9), ele solicitou celeridade nas investigações à Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e a Ordem Urbanística (Dema).

Nas redes sociais, o parlamentar informou que encaminhou um ofício à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ao pedir informações sobre o caso do cachorro Flock. O animal morreu, na quarta-feira (15/9), por uma suposto problema cardíaco, enquanto recebia banho e tosa em um pet shop da Asa Norte.

“Também estou enviando um ofício para que o pet shop apresente sua versão. Pedi, ainda, que a tutora me encaminhe o resultado da necrópsia do cachorro, atestando a causa da morte, assim que for liberado. Vou reunir todas essas informações e documentos, e levar para avaliação da CPI dos maus-tratos a animais. Segundo Larissa (dona do cão), o caso dela não é isolado. Outras pessoas teriam entrado em contato dizendo ter passado pela mesma situação”, afirma o parlamentar.

O animal morreu duas horas após a dona, a empresária Larissa Marques de Carvalho, 34 anos, deixar o cachorro no estabelecimento. A mulher recebeu o animal morto, cão da raça Spitz, de 1 ano e 4 meses. Segundo ela, ao perguntar o que tinha acontecido com Flock, o responsável técnico pelo estabelecimento, o veterinário Luis Gustavo Silveira, não soube explicar o que havia ocorrido.

“Eu tinha deixado o meu cachorro lindo e bem. Deu pra ver nas imagens da minha câmera que ele estava feliz no meu colo. Quando cheguei lá, ele (veterinário) entregou o cachorro morto na minha mão. Ele que foi me dar a notícia. Me disse que não sabia o que tinha acontecido e que não podia fazer nada”, relata a moradora da Asa Norte.

 

Em nota publicada em uma rede social, o pet shop afirma que recebeu Larissa e o cachorro, o spitz alemão Flock, para a realização de banho. O animal foi recepcionado às 9h30 e estava aparentemente saudável e bem. “O banho foi feito sem intercorrências. Passou-se então para a secagem dos pelos de Flock, com secador comum e utilizando as melhores e seguras práticas veterinárias”, explica o estabelecimento.

Por volta das 11h, durante o atendimento ao cão, veterinários notaram que o animal havia desmaiado, sendo trazido às pressas para a clínica do local. “O animal foi examinado e recebeu todos os procedimentos de primeiros socorros aplicáveis, incluindo técnicas de reanimação cardiorrespiratória. Flock estava hipotenso e, apesar de todos os esforços de nossa equipe, não melhorou”, acrescenta o pet shop, em nota.

Ainda de acordo com o estabelecimento, por volta das 12h foi constatada a morte do cachorro, “sendo a senhora Larissa Carvalho imediatamente contactada e avisada a respeito do acontecido”, diz o texto.

Veja o vídeo:

Cachorro em cubículo

Em Arniqueira, policiais da 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) resgataram, nesta sexta-feira (17/9), um cachorro que estava preso em uma casa. Ele foi encontrado dentro de um cubículo quente e sem ventilação. O local também tinha pedras e escombros (foto abaixo). A denúncia partiu de vizinhos, que afirmaram se tratar de prática recorrente.

Investigadores descobriram que o cão vivia "à míngua" no local, e o tutor do animal foi preso em flagrante, por crime de maus-tratos — inclusive psicológicos. Ao ser encaminhado para uma clínica veterinária, o cachorro recebeu diagnóstico de desidratação.

Diretora da Comissão de Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ana Paula de Vasconcelos ficou responsável pelos cuidados com o cão. "Situações como essa mostram que a sociedade está cada vez mais atenta à questão dos maus-tratos a animais, denunciando e não se conformando com situações degradantes como essa. Ninguém é obrigado a ter o animal, mas é obrigado a tratá-lo bem", ressalta a advogada.

  • Policiais acharam um cachorro preso em cubículo quente e sem ventilação, em Arniqueira
    Policiais acharam um cachorro preso em cubículo quente e sem ventilação, em Arniqueira Arquivo pessoal
  • Policiais acharam um cachorro preso em cubículo quente e sem ventilação, em Arniqueira
    Policiais acharam um cachorro preso em cubículo quente e sem ventilação, em Arniqueira Arquivo pessoal

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