Incêndios florestais atingiram pelo menos três pontos de ecoturismo no Distrito Federal e em Goiás neste fim de semana. No Vale da Lua, atração do povoado de São Jorge, em Alto Paraíso (GO), as labaredas cercaram aproximadamente 100 turistas e, um deles, teve queimaduras leves nos pés. No DF, as cachoeiras do Poço Azul, em Brazlândia, e Tororó, em Santa Maria, também foram evacuadas por causa do fogo. Somente nos primeiros 10 dias deste mês, os bombeiros apagaram 1.682 focos de incêndios florestais, média de 168 por dia.
No Vale da Lua, por volta das 11h, as equipes de socorro começaram a atuar. Naquele momento, havia duas preocupações: retirar os turistas da área em chamas em segurança e conter o fogo. Cerca de 50 pessoas do Corpo de Bombeiros, ICMbio, PrevFogo e brigadistas voluntários atuaram na missão. Assim que as pessoas foram retiradas da região, uma aeronave do ICMBio sobrevoou o local jogando água.
Por mensagem, Alex Ferreira da SIlva, 41 anos, um dos proprietários do Vale da Lua, informou ao Correio que as chamas no ponto turístico começaram antes do rio. "Os socorristas que trabalham aqui no Vale tentaram conter, mas era muito fogo. Então, conseguimos falar com os brigadistas do Parque (Nacional da Chapada dos Veadeiros) e com o Corpo de Bombeiros. Graças a Deus, correu tudo bem e conseguimos apagar aqui", relata.
Apesar disso, a situação continua preocupante. Segundo os bombeiros, dois novos focos foram localizados ao sul e ao norte da APA Pouso Alto, zona de amortecimento e externa ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Por volta das 18h30, o grupo continuava trabalhando para apagar o incêndio florestal ,que estava “controlado”.
A secretária municipal de Turismo de Alto Paraíso de Goiás, Luciana Amado, lamentou a situação e fez um alerta. “Por isso orientamos aos turistas que visitem nossos atrativos com guias e condutores locais, eles enriquecem a experiência do turista com segurança, são guardiões do cerrado, protegem cada canto da nossa região”.
Tororó e Poço Azul
De janeiro até agora, os bombeiros atenderam a 3.294 chamados para apagar incêndios florestais no DF. A área queimada é de 11.155 hectares. Neste balanço não estão incluídos os registros das cachoeiras Poço Azul, em Brazlândia, e Tororó, em Santa Maria, ocorridos ontem.
Até o fechamento desta edição, o Corpo de Bombeiros seguia combatendo as chamas nos dois pontos de ecoturismo do DF. O Correio tentou contato com os responsáveis pelos locais, mas os telefones caíam na caixa postal e, nos fixos, ninguém atendeu.
A boa notícia para a previsão do tempo para hoje é que a umidade relativa do ar fica mais alta do que a registrada ontem, variando entre 55% e 30%. A tendência é de que a temperatura máxima atinja 33ºC, um pouquinho mais baixa que no sábado, quando os termômetros registraram 34ºC. O céu segue ofuscado pela névoa seca, mistura de poeira e fumaça das queimadas.
Portanto, nada de descuidar da saúde. As dicas para evitar desidratação e queimadura solar incluem a ingestão de muito líquido, usar roupas leves e evitar exposição prolongada ao sol, especialmente sem protetor.
Vilões
Apesar do clima, o calor não é o responsável isolado pelos incêndios, mas pode ser potencializador para queimadas provocados por causas naturais, como o fenômeno da combustão espontânea. Ele acontece quando, mesmo sem uma fonte inflamável externa, a vegetação seca começa a queimar. O atrito entre rochas ou até mesmo entre pelos de animais em locais de alta incidência de sol e de aquecimento podem desencadear a fagulha de um incêndio florestal.
Entretanto, casos como esse no DF são raríssimos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a maioria dos incêndios são causados pelo homem. De modo geral, um clima quente e seco; a umidade do ar baixa; e a presença de alguma coisa que provoque a primeira fagulha, que pode ser desde um relâmpago, até bitucas de cigarro, pedaços de vidros, entre outros objetos deixados por seres humanos.
A conscientização é fundamental para evitar as queimadas e, em caso de incêndio, os bombeiros devem ser acionados imediatamente, pelo número 193. Quanto mais rápido as equipes forem avisadas, melhor será para controlar o fogo.
» Cuidados durante a seca
» Procure manter o corpo sempre bem hidratado. Portanto, beba bastante água, mesmo sem sentir sede. Na hora do lanche ou da sobremesa, dê preferência a frutas ricas em líquidos, como melancia, melão e laranja, por exemplo. Em especial, fique atento à hidratação das crianças, idosos e dos doentes;
» Aplique soro fisiológico no nariz e nos olhos para evitar o ressecamento;
» Evite a prática de exercícios físicos ao ar livre entre
10h e 17h;
» Use produtos para hidratar a pele do rosto e do corpo, pelo menos depois do banho e na hora de deitar;
» Coloque chapéus e óculos escuros para proteger-se
do sol;
» Aproveite o vapor produzido pela água durante o banho para lubrificar as narinas;
» Coloque toalhas molhadas, recipientes com água ou vaporizadores nos quartos de dormir;
» Evite aglomerações e a permanência prolongada em ambientes fechados ou com ar condicionado, pois o ressecamento das mucosas aumenta o risco de infecções das vias aéreas;
» Mantenha a casa sempre limpa e arejada. O tempo seco aumenta a concentração de ácaros, fungos e da poeira em móveis cortinas e carpetes;
» Procure não usar vassouras que levantam o pó por onde passam. Dê preferência para aspiradores ou panos úmidos;
» Ligue ventiladores de teto no modo “exaustor”, com ar direcionado para cima. Ligados para baixo, no modo “ventilação”, levantam a poeira que se mistura no ar;
» Não queime lixo nem provoque queimadas por descuido ou desatenção.
Fonte: Defesa Civil
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.