INCENTIVO

Mulheres que transformam

Com apoio do projeto Todas Elas, desenvolvido pela Fundação Assis Chateaubriand, mulheres do Distrito Federal conseguem desenvolver suas potencialidades, obter confiança e vencer as dificuldades impostas pela crise sanitária provocada pela covid-19

» Mayane Burti
postado em 11/09/2021 23:02
 (crédito: Leandro de Carvalho/FAC)
(crédito: Leandro de Carvalho/FAC)

Olga é empreendedora de Samambaia e se viu, durante a pandemia, em uma situação bastante difícil: desempregada e com um filho pequeno, passou por muitas dificuldades. Ela tinha tudo para engrossar as fileiras crescentes de brasileiros em situação de vulnerabilidade extrema em meio à crise que atravessamos, mas, no empreendedorismo, encontrou uma oportunidade de desenvolvimento, por meio de seus talentos culinários. A empreendedora está dando seus primeiros passos na área da confeitaria, com bolos caseiros e de festa, e criou a La Bê Confeitaria.
Para se capacitar e ter o apoio que precisa para empreender, Olga se inscreveu na terceira turma do Programa Todas Elas, aberta no fim de agosto. O programa atendeu mais de mil mulheres no Distrito Federal, oferecendo uma formação completa e a ativação de um ecossistema local de apoio em cada região atendida. Para a empreendedora, "o Todas Elas está me ajudando muito a crescer e ensinando-me como lidar com os desafios de ser empreendedora".
Mayane Burti, coordenadora do programa explica que "para as mulheres de baixa renda, falta tudo: confiança para iniciar, formação adequada, apoio, acesso a crédito para pequenos investimentos que estruturem seus negócios e suporte para lidar com as inúmeras vulnerabilidades a que estão submetidas". No entanto, para ela, algo que as mulheres têm de sobra é força de vontade, resiliência, espírito empreendedor e talento. Por isso, "o Todas Elas representa esse apoio em uma visão 360 graus, mapeando todas as dificuldades das mulheres e ativando uma rede de apoio para cada uma dessas frentes", afirma a coordenadora.

Empreendedorismo

O Todas Elas foi criado em 2020, em meio à pandemia, pela Fundação Assis Chateaubriand, que tem mais de 30 anos de atuação e de impacto social. Enxergando o potencial empreendedor das mulheres de baixa renda e a falta de programas de empreendedorismo que respondam aos desafios dessas mulheres em toda sua complexidade, a organização resolveu inovar e focar no empreendedorismo na base da pirâmide. Paulo César Marques, diretor de Comercialização e Marketing do Correio Braziliense e presidente da fundação, explica que "O Correio Braziliense nasceu a partir da visão de um grande empreendedor, que foi Assis Chateaubriand. Por isso, resolvemos, a partir da fundação, apostar no empreendedorismo como estratégia de saída da crise para mulheres de baixa renda, que são um público bastante vulnerável. Os resultados são emocionantes e muito gratificantes. Sentimos que estamos cumprindo nosso papel".
Com o sucesso das edições anteriores e o impacto na vida das participantes, o Todas Elas lançou sua terceira turma com o objetivo de fortalecer a economia criativa da cidade, por meio de um Termo de Fomento com a Secretaria de Cultura e Economia Solidária, a partir de uma Emenda Parlamentar do Deputado Distrital Iolando Almeida (PSC). Para o deputado, "o Todas Elas tem sido uma grande transformação na vida das mulheres que estão tendo a oportunidade de participar dele. Muito importante esse investimento na qualificação dessas mulhere,s que muitas vezes têm uma jornada tripla para dar conta de manter suas famílias. Só temos a agradecer essa iniciativa que, com toda certeza, fará uma significativa diferença na vida de várias mulheres no Distrito Federal. Quero dizer que me sinto muito honrado por acreditar e apoiar essa iniciativa da Fundação Assis Chateaubriand".
Nicelis Alves é mais uma das empreendedoras participantes que está tendo sua vida transformada pelo Programa. Moradora de Brazlândia, ela diz que nesse contexto de crise "a dificuldade é demais. A gente tenta começar alguma coisa e não dá… a gente não consegue firmar porque primeiro a gente não tem tanto apoio. A gente não tem dinheiro, então fica difícil". Sem perder as esperanças, a empreendedora aposta no Todas Elas buscando "aprender e desenvolver minhas habilidades, que eu sei que eu tenho, e transformar minha vida. O Todas Elas pra mim é uma chance. É o foco que eu preciso para ter uma nova jornada de vida."
Parceira do Programa, a Identidade Psicologia Humanizada — uma empresa fundada por três mulheres com o objetivo de compartilhar conhecimentos e práticas de autocuidado em saúde emocional, democratizando o acesso à saúde mental — oferece às participantes apoio psicológico em diversas modalidades. Rosane Cruz, uma de suas fundadoras, afirma que vê no Todas Elas uma excelente oportunidade, pois afirma que "o trabalho voluntário beneficia mais quem presta do quem recebe", e que as experiências e aprendizados a partir dos atendimentos são muito significativos e ricos. Rosane ressalta, ainda, a resiliência dessas mulheres, que mesmo em tantas adversidades, se mantêm firmes e não desistem, o que é uma grande lição de vida, além de muito inspiradora.
A segunda edição do Todas Elas, que atendeu mulheres empreendedoras da Ceilândia, foi encerrada no último dia 10, com muita emoção e com uma homenagem feita pela cantora Sofia De Brot, também parceira do Projeto. Com 115 mulheres inscritas, a turma foi um sucesso e gerou muito impacto na vida das mulheres participantes, que aproveitaram o encerramento para dar depoimentos emocionados.

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