Cerca de 100 pessoas ficaram na fila do lado de fora da UBS 2 do Cruzeiro e não conseguiram se vacinar contra a covid-19 porque não foram informadas de que o portão lateral, que dava acesso às tendas de vacinação, seria fechado às 17h.
A UBS 2 do Cruzeiro funciona das 8h às 17h e disponibilizou apenas doses da Pfizer/BioNTech, nesta quarta-feira. A reportagem apurou que, por volta das 16h40, a fila dava volta no portão principal. Neste horário, um guarda do local avisou que a entrada lateral era o acesso correto, e que apenas quem chegasse até 17h seria vacinado.
O guarda da unidade passou pelo grupo que conseguiu entrar na unidade quando faltava meia hora para a UBS fechar. Em seguida, uma funcionária alertou que, depois das últimas 12 pessoas que já estavam dentro da UBS não iria entrar mais ninguém para receber a vacina.
A moradora do Sudoeste Patrícia Gomes, 47 anos, pediu dispensa do trabalho para receber a segunda dose da Pfizer, mas teve viagem perdida. Ela, que faz parte das pessoas que puderam antecipar a vacinação até 24 de setembro, conta que chegou à unidade por volta das 15h40.
“É revoltante, porque estou na fila há quase 1 hora e meia no sol. Agora, avisaram que a partir de uma certa pessoa de camisa cinza não vão mais vacinar. Foi um dia que comuniquei ao meu chefe que não estaria disponível para vacinar, mas acho que vou ter que pedir novamente. Eu poderia ter chegado aqui e alguém ter me avisado”, lamenta.
Patrícia critica a falta de organização dos funcionários e profissionais de saúde do local para orientar o público. “As pessoas estão ansiosas para tomar a vacina. Quando chega a nossa vez, é essa frustração de desorganização e desrespeito. A gente fica no sol. Estou suada, e as pessoas vão ficando mais próximas para ver se conseguem entrar. É um risco à saúde também”, opina.
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Vinda da Asa Norte, a geóloga Mylena Louzada, 25, chegou na UBS às 15h30, e também pediu um tempo livre no trabalho para poder se vacinar. Durante a entrevista, havia quatro pessoas na frente dela, no portão.
“Quando cheguei, fui perguntar e um tempo depois, um guarda passou falando que quem chegasse até às 17h dentro do portão vacinaria. Tem o portão da UBS que a gente achou que seria o certo. Avisei que viria aqui hoje, e vim de carro. É complicado porque pensamos na gente e nos outros (com a vacinação), para ajudar o Brasil nessa situação”, desabafa a jovem.
Mylena acredita que seria importante ter alguém da UBS para orientar as pessoas na fila do lado de fora. “Além de colocar a gente para aplicar as vacinas, poderiam colocar gente para organizar as filas e ajudar no distanciamento. Focar na organização. Agora, acho que já era. Quero vir amanhã de manhã, quando conseguir sair do trabalho”, conclui.
O que diz a Secretaria
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que "a direção de Atenção Primária (Diraps) da Região de Saúde Central esclarece a Unidade Básica do Cruzeiro (UBS) conta com servidores que trabalham organizando a fila e orientando a população. No local, não houve uma fila incorreta nesta tarde, e sim, a orientação de que, por conta do horário, seriam priorizados os atendimentos das pessoas que já estavam ali aguardando, pois, a unidade fecha às 17h", diz a pasta.
A SES-DF esclarece, ainda, que, "após o fechamento da unidade, a equipe que trabalha na aplicação da vacina precisa passar a estatística do dia para o Núcleo de Vigilância, que alimenta o sistema de informações, o Vacinômetro, que é distribuído para a imprensa e colocado no site da secretaria. A Diraps esclarece que as doses que não foram aplicadas hoje estarão disponíveis nos dias seguintes para dar continuidade à vacinação".
Por fim, a pasta orienta que as pessoas procurem os locais de vacinação, observando o horário de funcionamento. "Os postos estão abastecidos para atender todo o público contemplado na campanha", assegura a Secretaria de Saúde.
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