A Coordenação de Repressão às Drogas prendeu três integrantes de um grupo que falsificava receitas médicas para produzir bebidas. O primeiro membro do grupo foi preso nesta terça-feira (31/8), após abordagem de rotina realizada pela Polícia Goiana. Os outros dois, ambos moradores de Ceilândia Norte, foram presos após cumprimento de mandado de busca e apreensão. Contra eles já havia um mandado de prisão temporária expedido pela 5ª Vara da Fazenda Pública do DF.
Os criminosos irão responder por tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e falsificação de documentos.
A operação, nomeada de Purple Drink, já investigava o grupo que atuava no desvio de receitas médicas para aquisição de medicamentos de uso controlado e confecção da bebida conhecida como Purple Drink, vendida em plataformas de comércio on-line e nas redes sociais.
O grupo criminoso também publicava em diversos meios digitais que possuíam, à disposição, atestados médicos e receitas médicas para todas as espécies de medicamentos. Eles desviavam as receitas e falsificavam os carimbos médicos, e depois prescreviam os fármacos de uso controlado. Nas redes sociais, o grupo postava diversas imagens de suas visitas a farmácias do Distrito Federal, adquirindo, principalmente, Codeína, medicamento analgésico para dores agudas e crônicas.
A Codeína tem metabolização hepática e se transforma em morfina. Ela é contraindicada em quadros de dependência de drogas e álcool e não deve ser administrada a pessoas com histórico de distúrbios psicológicos. Além disso, o medicamento suprime os movimentos peristálticos no trato gastrointestinal e causa dependência física e psicológica. A suspensão do medicamento pode causar ansiedade, tremores, espasmos musculares, sudorese, rinorreia e delírios paranóicos.
Para a confecção do Purple Drink, eles misturaram a Codeína com refrigerante, bebida alcoólica, antialérgicos e/ou balas de goma. De acordo com os policiais, a bebida é uma preocupação, pois o aspecto brilhante de cor roxa e o sabor adocicado tem interessado os jovens.
Os perfis das redes sociais do grupo demonstravam que todos levavam uma vida de alto padrão e não tinham medo de se expor. Eles postavam fotos e vídeos com grande quantidade de dinheiro, além de diversas viagens. Em uma das postagens, o grupo gabava-se, inclusive, de ter acabado com o estoque de codeína de uma farmácia do DF.
Segundo as investigações, apenas nos últimos seis meses o grupo havia adquirido 88 frascos de Codeína. Para dificultar as investigações, os integrantes se hospedavam em hotéis de luxo da capital do país, e frequentemente mudavam de local para não serem localizados pela polícia.
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