Após cinco nomes serem anunciados em menos de 24 horas como possíveis gestores da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) optou pelo general do Exército Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, 68 anos. O militar da reserva, que atuava como superintendente executivo do Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), foi oficializado no comando da Saúde por meio de nomeação publicada em edição extra do Diário Oficial do DF de ontem. Segundo o chefe do Executivo local, o novo secretário tem experiência na área e pode auxiliar na resolução de problemas da pasta.
Em coletiva realizada ontem para anunciar o nome do general Pafiadache, Ibaneis destacou que há cinco pontos que devem receber mais atenção da nova gestão: contratação de pessoal qualificado, compra de insumos, melhoria na infraestrutura, pagamento de débitos da pasta e credibilidade da gestão para com os cidadãos. “Estamos atuando em todas as áreas para que a gente possa melhorar, virando a chave, a saúde do Distrito Federal, tirando a população do sufoco. Temos que trabalhar todos esses eixos e resgatar a credibilidade do sistema de saúde”, disse o chefe do Executivo local.
Ibaneis lembrou que o momento na saúde é delicado e afirmou que o novo secretário tem boa capacidade de liderança, com histórico em altos cargos na pasta. “Ele é uma pessoa que tem larga experiência na saúde pública do DF. A gente precisa de alguém que tenha força na união e no trato de equipes. Temos que trazer uma cara nova para a saúde”, detalhou o governador. Apesar disso, ele ressaltou que a saída de Osnei Okumoto não tem relação com uma insatisfação por parte do emedebista. “Osnei conseguiu tocar durante um bom período a área da saúde. E vai ajudar o general Manoel Pafiadache nessa transição. Ele (Osnei) passou a manhã toda aqui, na secretaria, dando os elementos para as tomadas de decisões”, frisou.
O governador explicou o motivo de não ter seguido o plano de acumular o cargo de chefe do Executivo com o de secretário. “Eu precisava de alguém para assinar os processos dentro da secretaria para o prosseguimento dos serviços. Não é que eu desisti. Semana que vem, na segunda, terça, quarta e sexta vou atuar aqui”, adiantou. Ele garantiu que vai acompanhar de perto as ações da Saúde. “É um compromisso meu com o general para que a gente tenha uma integração muito grande e leve resultados mais rápidos ao DF”, completou. Pafiadache disse que o desafio é grande, mas que está preparado. “Chego à equipe para agregar e ajudar. É assim que vamos enfrentar essa situação”, ressaltou.
Pafiadache é o quarto secretário de Saúde da gestão atual. Osnei foi o escolhido para assumir a pasta no início do mandato de Ibaneis, em 2019. Ele ficou até março de 2020, quando, segundo a exoneração publicada no Diário Oficial do DF da época, saiu a pedido. O até então diretor do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF) Francisco Araújo Filho assumiu interinamente e, depois, foi efetivado.
Francisco teve a nomeação publicada em meio à crise pandêmica da covid-19. Poucos meses depois, em agosto de 2020, o ex-secretário foi alvo da Operação Falso Negativo — ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) que investigou superfaturamento na compra de testes rápidos de covid-19. Ele foi preso e exonerado. Osnei, então, foi reconvocado para o comando da Saúde.
Okumoto deixou a pasta em meio à pandemia e dias após o Iges-DF ser alvo de investigações que apuram suposto superfaturamento na contratação de leitos da unidade de terapia intensiva (UTI). A suspeita é de que o suposto esquema instalado no instituto resultou no desvio de milhões de reais em dois contratos destinados ao fornecimento emergencial de leitos de UTIs no período de março a outubro de 2020. Apesar disso, Ibaneis garantiu que a saída do farmacêutico da Saúde não tem relação com a investigação.
Imunização
A campanha de vacinação contra a covid-19 não para no DF. Hoje, poderão tomar a primeira dose do imunizante pessoas de 17 anos ou mais, em três postos abertos exclusivamente para os menores de 18 anos, grávidas e puérperas — grupo que só pode se vacinar com a Pfizer. Seis pontos estão destinados para receber adultos. O horário de funcionamento é das 9h às 17h, sendo que um dos locais terá atendimento até as 22h.
Durante a coletiva de ontem, o governador Ibaneis Rocha manifestou a intenção de avançar na vacinação de adolescentes e disse que só vai iniciar a aplicação da terceira dose em idosos e imunossuprimidos após os menores de 18 anos tomarem a D1. “Nós recebemos 30 mil doses de CoronaVac, e estou negociando com o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) a troca dessas doses por vacinas da Pfizer para que, assim, possamos continuar vacinando adolescentes”, declarou.
Até o momento, o DF vacinou 2.000.268 pessoas com, pelo menos, uma dose; 758.738 com duas; e 56 mil com a vacina de dose única, da Janssen. Ontem, a Secretaria de Saúde registrou 7.494 aplicações da D1; 12.343, do reforço; e 17, doses únicas. Cerca de 65,53% dos 3.052.546 de habitantes da capital receberam uma dose e 26,69 % estão com o ciclo vacinal completo.
"A gente precisa de alguém que tenha força na união e no trato de equipes. Temos que trazer uma cara nova para a saúde”
Ibaneis Rocha, governador do DF
"Chego à equipe para agregar e ajudar. É assim que vamos enfrentar essa situação”
General Manoel Pafiadache, secretário de Saúde do DF