Frederick Wassef, conhecido como advogado do presidente Jair Bolsonaro, se envolveu em uma confusão em um restaurante de carnes no final da tarde deste sábado (21/8), na QI 11, do Lago Sul. O tumulto foi causado após Wassef ser acusado por um homem, de 56 anos, de assediar a mulher dele no banheiro do restaurante. O homem correu atrás do advogado com uma faca de mesa e fez ameaças. Ele foi preso em flagrante e solto nesse domingo (22/8), após audiência de custódia, sob a condição de informar à Justiça caso mude de endereço ou telefone.
Após o incidente, Wassef foi até a delegacia do Lago Sul prestar queixas e um inquérito foi aberto para investigar o caso. Ao sair da delegacia, Wassef negou ter assediado a mulher e disse ser alvo de perseguição política. "Eu sofri uma tentativa de homicídio à faca, assim como fizeram com o presidente Bolsonaro, que tentaram esfaqueá-lo na barriga, tentaram me esfaquear. Tudo está filmando no circuito de segurança do restaurante. O restaurante inteiro é testemunha. Fui ameaçado pelo simples fato de ser advogado do presidente e da família Bolsonaro", afirmou.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, o homem aparece transtornado e é contido por populares. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil do DF, o homem foi preso após ser perseguido de carro pela Polícia Militar e foi autuado por direção perigosa de veículo em via pública, tentativa de homicídio, ameaça e porte de arma branca.
“A equipe da PMDF foi acionada para averiguar ocorrência de ameaça em um restaurante no Lago Sul. Ao chegar ao local, pessoas apontaram para o autor, que já estava dentro de um veículo. Durante revista no veículo do autor, foram encontradas duas armas de corte e perfuração. Diante dos fatos, conduziram todos à delegacia para as providências cabíveis”, informou a corporação em nota.
De acordo com o delegado responsável pela 10ª Delegacia de Polícia do Lago Sul, Marcelo Fernandes, o caso foi atendido pelo delegado de plantão na noite de sábado (21/8) e foi encaminhado à 1ª DP.
Relato
Em entrevista ao Correio Braziliense, Frederick Wassef explica como iniciou a discussão e as ameaças. Ele conta que chegou ao estabelecimento sozinho, fez o pedido da refeição e, ao sair para a parte externa do restaurante, começou a receber ofensas de uma senhora que estava na porta do banheiro. "Vai embora, vai embora. Você não tem que está aqui. Você e o lixo do Bolsonaro".
Segundo Wassef, quando a mulher — acompanhada do marido e da filha — saiu do restaurante para ir embora, as ofensas retornaram. De acordo com o advogado, o marido da mulher chegou a oferecer R$ 100 a ele para "tomar um chop", que — segundo ele — não aceitou. O casal vai embora, e momento depois, o homem volta e ameaçou ele com uma faca.
Histórico de confusão
Em novembro do ano passado, Frederick Wassef foi acusado pela atendente de uma pizzaria em Brasília de cometer o crime de injúria racial. O crime foi registrado na na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e em fevereiro deste ano o advogado foi indiciado pela polícia.
A funcionária da pizzaria, a garçonete Danielle da Cruz de Oliveira, de 18 anos, afirmou que foi chamada de 'macaca' e disse que já havia sido 'muito humilhada' outras vezes. O processo segue em segredo de justiça.