A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu o pedido da defesa de Rocco Morabito e manteve o chefe de um grupo da máfia italiana preso preventivamente até a data de extradição. O réu é acusado de comandar uma das principais organizações criminosas da Itália, a Ndrangheta, e está detido na Penitenciária Federal de Brasília desde 25 de maio.
Cármen Lúcia justificou a decisão relembrando que, em 2019, Rocco escapou do sistema penitenciário uruguaio, enquanto aguardava a extradição. Ela acrescentou que o réu tem perfil de alta periculosidade. "Essas circunstâncias demonstram os requisitos legais determinantes para a manutenção da prisão preventiva (...), pela objetiva possibilidade de nova fuga e de eventual prática de crimes de falsidade no Brasil", ressaltou a ministra.
O acusado é procurado pela Justiça italiana desde 1995 para cumprir quatro condenações em virtude dos crimes de tráfico de drogas e envolvimento em organização criminosa. O tempo de cada uma das penas varia de 22 a 30 anos de prisão pelos delitos cometidos entre 1988 e 1994. O pedido de extradição de Rocco foi protocolado no STF em 9 de julho, depois de audiência para interrogatório do acusado.
Rocco Morabito é considerado um dos foragidos mais procurados da Europa. "Somado a isso, a Interpol noticiou que, com o extraditando, foram arrecadados diversos documentos de identificação brasileiros e uruguaios com suspeita de falsificação material e ideológica, que serão encaminhados à Superintendência Regional da Polícia Federal na Paraíba, para análise de instauração de inquérito policial", informa a decisão.