Por conta da pandemia da covid-19, o Parque Nacional de Brasília, conhecido como Água Mineral, está fechado desde março do ano passado. Em 15 de junho de 2020, as visitas ao parque foram retomadas. As piscinas naturais, porém, não foram reabertas — e não há previsão de liberção. A Associação Amigos do Parque Nacional de Brasília (Afam) enviou uma carta, nessa segunda-feira (16/8) aos parlamentares distritais e do Congresso Nacional, pedindo apoio para “intermediar uma reunião da Afam com a autoridade responsável no ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para discutir a reabertura das piscinas”, listando algumas sugestões de protocolos de segurança contra a covid-19, como a reabertura apenas nos dias úteis e a limitação das áreas de circulação das pessoas próximo às piscinas. O instituto é responsável pela gestão do Parque da Água Mineral. Em 2019, o local recebeu 251.521 visitantes. Em 2020, foram 63.995.
No texto, a Afam alega que os clubes e as áreas de lazer ao ar livre do DF estão funcionando e que a vacinação contra a covid-19 contempla boa parte da população da capital federal, ao menos com uma dose. A associação destaca que “as práticas esportivas ao ar livre, associadas aos banhos de piscinas, promovem melhorias na saúde física e mental da coletividade e contribuem para aumentar a imunidade.” Denize Silva Batista, diretora técnica da Afam, reforça o aspecto saudável das águas. “A reabertura das piscinas deve ser tratada como uma questão de saúde pública para a população. Mais do que saúde, representam história e fazem parte de uma dinâmica que faz diferença na vida das pessoas”, comenta Denize.
Segundo ela, a associação tem encontrado resistência por parte da direção do parque. “Entendemos que, no início da pandemia, foi preciso fechar tudo para que a gente pudesse se reorganizar, mas a reabertura das piscinas é uma demanda da população. Não existem outras piscinas públicas em Brasília”, justifica a diretora, acrescentando que controlar o número de acessos à Água Mineral será uma tarefa simples. “Antes da pandemia, já havia no parque número restrito de pessoas por conta da preservação, então, agora, será muito fácil que a direção estabeleça uma quantidade máxima para retomar a reabertura, de maneira gradual e avaliando com frequência a situação”, continua.
Força política
Denize ressalta que a Afam vai auxiliar a administração do parque na retomada dos banhos. “Fizemos várias sugestões para que a direção criasse um protocolo de segurança. Nos colocamos à disposição para trabalharmos juntos. Se for preciso, criamos um grupo de voluntários para atuar na orientação das pessoas e compramos materiais visuais para ajudar com os protocolos. Não existem impedimentos, o que existe é falta de vontade”, argumenta.
Segundo a associação, houve dois pedidos formais à direção para a retomada do acesso às piscinas. Porém, é a primeira vez que a Afam pede colaboração de parlamentares. Até o fechamento desta reportagem, nenhum parlamentar havia respondido a carta. “Queremos que os deputados e senadores aumentem nossa força política e adiram à bandeira, que é da cidade, é coletiva”, defende a diretora.
Por meio de nota, o ICMBio informou apenas que “as piscinas da Água Mineral, no Parque Nacional de Brasília, permanecem fechadas e sem previsão de reabertura”.
Umidade relativa do ar é crítica
O Distrito Federal registrou, nessa segunda-feira, a terceira menor umidade relativa do ar de 2021, que chegou a 16% na estação do Gama. No Plano Piloto, o índice ficou em 20% e alcançou 18% em Brazlândia e Águas Emendadas. Os pontos de medição no Paranoá marcaram 21%. Os baixos registros do dia seguiram os valores do fim de semana — no domingo (17/8), a taxa chegou a 15%, o segundo menor número do ano; no sábado (14/8), os medidores marcaram o mesmo índice de segunda, 16%. A menor umidade do ar do ano, no DF, aconteceu em 20 de julho, quando a taxa bateu 13%.
O registro de segunda-feira levou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a emitir um alerta de perigo — o segundo de três níveis de preocupação. O aviso teve início às 10h e ficou aberto até as 19h, incluindo parte dos estados de Tocantins, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo, além de todo o território de Goiás e do DF. O alerta destaca riscos de incêndios florestais e à saúde, com ressecamento da pele e desconforto nos olhos, boca e nariz.
As temperaturas variaram entre 14°C e 29°C, nessa segunda-feira, com ventos fracos e poucas nuvens no céu. Nesta terça-feira (17/8), a situação permanece parecida, e os registros devem ficar entre 15°C e 29°C. Na quarta-feira (18/8), os termômetros poderão marcar de 14°C a 27°C e, na quinta, de 13°C a 26°C. Na sexta-feira, as temperaturas vão variar entre 12°C e 28°C. De acordo com o Inmet, a tendência para o resto desta semana é de que a umidade marque entre 20% e 30%.