Investigação

Helicóptero que caiu com 280kg de cocaína não tinha plano de voo, diz FAB

Levantamento da FAB informou que não existe registro de plano de voo para a aeronave que caiu em Poconé (MT). Policial civil do DF consta como dono do helicóptero

O helicóptero que caiu com 280kg de cocaína na cidade de Paconé (MT) não tinha registro de plano de voo no sistema da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave está registrada no nome do papiloscopista da Polícia Civil Rooney José Barbosa Sampaio. Ele é investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e pela Polícia Civil do Distrito Federal.

O helicóptero modelo Robinson R44 caiu em uma fazenda, na região do Pantanal, no último domingo (1º/8). Segundo a assessoria de imprensa da FAB, o registro de aeronavegabilidade do helicóptero estava cancelado, por isso não é possível encontrar informações sobre a rota, local de decolagem e de pouso.

Além do helicóptero que caiu, mais quatro aeronaves constam no nome de Rooney, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro, fornecido pela Anac. Dois estão com documentação irregular, e dois em situação de aeronavegabilidade.

Toda aeronave deve operar de acordo com as chamadas regras gerais para obter permissão para voar. No momento do voo, é necessário seguir as regras de voo visual ou de voo por instrumentos. Esse conjunto de normas compõem o que é chamado de "regras do ar", cuja uniformização internacional é regulada pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), e que encontra paralelo nacional nas diversas normas do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

Inquéritos

Foram abertos dois processos envolvendo o nome de Ronney José Barbosa Sampaio nesta sexta-feira (6/8). "Em razão da repercussão nacional envolvendo a instituição, foi aberta uma sindicância administrativa que irá apurar o processo disciplinar sobre o caso. E vamos também entrar com o aspecto criminal para saber se houve a participação do servidor em outros crimes de tráfico no DF", informou o corregedor da PCDF, Adval Cardoso.

De acordo com a Polícia Civil, não existe previsão no regime jurídico do órgão para o afastamento cautelar em âmbito administrativo, somente com o pedido da justiça. Cardoso explicou que só é solicitado o afastamento caso o investigado esteja atrapalhando o andamento das diligências do caso. Até o momento, nenhuma pessoa foi ouvida pela PCDF.

Rooney é papiloscopista e está lotado, atualmente, na Divisão de Trânsito (DITRAN). Servidores do setor possuem, dentre outras atribuições de coordenação, controle e responsabilidade da frota da polícia. O Ministério Público do Distrito Federal também abriu investigação sobre o caso do helicóptero que caiu em Mato Grosso. As diligências seguem em curso. O policial também não foi ouvido pelo MPDFT.