A palavra “solidariedade”, de acordo com o dicionário de Oxford, é definida como “compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às outras e cada uma delas a todas”. Mas a definição perpassa o conceito técnico. Solidariedade é, também, um estilo de vida. Há pessoas que doam tempo. Outras, quantias, objetos e alimentos. Não é preciso muito para um ser se solidarizar com outro. Para isso, basta empatia.
E essa é a magia da solidariedade: mostrar que, “quando sobra amor, nada falta”. Esse é o lema da campanha de arrecadação do projeto Correio Braziliense Solidário, em parceria com o Correio e a rádio Clube FM. A iniciativa convida colaboradores, leitores e ouvintes a doarem alimentos não perecíveis, cobertores, agasalhos e peças de frio em geral. O objetivo é que os moradores de Brasília possam contribuir com itens que já tenham em casa, como roupas e comidas.
Os pontos de entrega das doações estão no drive-thru do estacionamento interno do Correio e espalhados pelo DF, por meio das Blitz da Clube FM, que atuam em um novo local a cada dia — a localização é anunciada na programação do jornal DF Alerta, da TV Brasília, no dia anterior.
O foco, de acordo com a organizadora da campanha e gerente de relacionamento da presidência do Correio Braziliense, Andrea Nalini, é ajudar pessoas que foram afetadas economicamente pela crise sanitária da covid-19, e, que também sofrem com o frio desencadeado pela chegada do inverno. “A campanha arrecada alimentos não perecíveis, cobertores e agasalhos. O parceiro dessa iniciativa, para fazer chegar as doações onde precisa, é a instituição Casa Azul, de Samambaia”, explica.
Ao Correio, a presidente da Casa Azul, Daise Lourenço Moisés, reforçou a importância da iniciativa. “Agora, durante a pandemia, essa será uma ajuda expressiva, porque as instituições que o Correio ajuda são todas de crianças em vulnerabilidade social, e vai fazer com que essas comunidades recebam ajuda. As pessoas estão com fome, perderam seus empregos. As creches estavam fechadas, então foi todo um cenário que ninguém imaginava. De repente, nos vimos com uma situação complicada”, pontua.
O frio desta época do ano no Distrito Federal é motivo de preocupação para muitas instituições, conforme explica Daise. “A população que a gente atende não é só de rua, mas pessoas em vulnerabilidade, que não têm dinheiro nem pra comer, vai ter para comprar roupa de frio?”, indaga. Por isso, a presidente reforça a importância do incentivo de campanhas como a do projeto Correio Braziliense Solidário. “O frio veio para ficar, pelo menos até setembro. E o mais importante disso tudo é que nós só temos sentido de vida quando ajudamos o próximo. Essa solidariedade que chegou, inclusive nesse período de pandemia, serve para refletirmos uma mudança de comportamento, e começar a perceber que o próximo é muito importante para nós”.
A Casa Azul é uma organização da sociedade civil que atende mais de 2 mil crianças, jovens e adolescentes em estado de vulnerabilidade social nas regiões de Samambaia, Riacho Fundo 2, Vila Telebrasília e São Sebastião. A instituição atua no combate às desigualdades sociais ao prestar assistência a crianças, adolescentes e famílias.
Legado
Desde 2003, o programa Correio Braziliense Solidário atua na intermediação de doações a instituições de apoio social, como creches e lares de idosos. Em média, de 2 mil a 4 mil crianças são ajudadas todo mês pela iniciativa do jornal. “A forma de captação de recurso era em eventos como Feijão Solidário, Noite Solidária e Arraial Solidário, que são tradicionais na cidade. Em função da pandemia, eles tiveram de ser interrompidos”, explicou Andrea.
A presidente do projeto, Nazareth Teixeira da Costa, conta que a iniciativa surgiu sob inspiração da Jornada Solidária Estado de Minas. “O programa Correio Braziliense Solidário surgiu em Belo Horizonte, no jornal Estado de Minas, que é irmão do Correio. São mais de 60 anos de trabalho. Naquela época, arrecadavam fundos e distribuíam para várias instituições, creches. Quando chegava o fim do ano, sempre fazíamos uma festança de Natal com diretores, voltada para crianças e adolescentes”, explica.
Segundo Nazareth, no início, o projeto havia mais de 100 instituições credenciadas e beneficiadas em Belo Horizonte. “Mas aí, percebemos que esse dinheiro arrecadado era muito diluído. Então, fizemos um trabalho mais direcionado; precisamos reduzir a quantidade de organizações e aumentar o número de eventos. Sempre contamos com a sociedade. Fazíamos festas de Olinda, torneio de tênis, e assim foi. Vimos que isso começou a sanar as necessidades estruturais de creches que requisitavam ajustes”, pontua.
De acordo com a presidente, o foco passou a ser instituições precárias. Em Belo Horizonte, o pré-requisito é que as instituições sejam conveniadas à prefeitura. Ao trazer o projeto para Brasília, Nazareth conta que foi preciso visitar instituições, ver o que era mais necessário e, dessa forma, começar a atuar fortemente na cidade. “Amadoramente, fomos fazendo as coisas. E, aos poucos, fomos conseguindo voluntários, contando com a ajuda, até mesmo, da sociedade”, diz. Para a presidente, o benefício foi enorme. “Vimos brinquedotecas, banheiros e cozinhas se levantarem do nada. Acreditem no programa. Ele mudou, e tem mudado muitas vidas”, ressaltou.
Saiba onde doar
Drive-thru do estacionamento do Correio
Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Quadra 2, nº 340
Blitz da Clube FM: localização anunciada diariamente no jornal DF Alerta, da TV Brasília