O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua da 903 Sul, mais conhecido como Centro POP, ficou lotado nessa segunda-feira (2/8). Desde o começo da pandemia causada pelo novo coronavírus, pessoas que vivem na rua se organizam em filas na área externa da unidade para buscar refeições — café da manhã, almoço e lanche da tarde.
Em Brasília, há dois centros POP: o da Asa Sul e o de Taguatinga, localizado na QNF 24. Por dia, são mais de 500 atendimentos nas duas unidades, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Os locais funcionam como uma unidade pública para acolhimento a pessoas em situação de rua, onde são oferecidas oficinas, atividades de convívio, resgate de benefício, cadastramento no Cadastro Único, entre outros.
Devido à crise sanitária, os centros passaram a funcionar diariamente, das 7h às 19h. Para evitar aglomerações, a recomendação é de que as pessoas se organizem em filas para receber a alimentação e tomar banho, que também é oferecido. O Correio esteve no local e viu como ocorre a entrega das refeições. Com uma caixa em mãos, um servidor da unidade fica dentro do centro e, pela grade, distribui pão, suco e frutas. Enquanto isso, dois guardas supervisionam a ação.
Do lado de fora, algumas pessoas em situação de rua preferem acampar na frente do local durante todo o dia, para ficar mais perto na hora de pegar os alimentos. À noite, elas saem e dormem em outros lugares. Suzi Zafenathe, 50 anos, vai ao Centro Pop da Asa Sul há cerca de dois anos, quando chegou de São Paulo (SP). Segundo ela, o modo de funcionamento melhorou com a pandemia. “Está tudo mais organizado. Quando entrávamos, tinha muita gente e muita confusão. Muitos moradores brigavam, era uma bagunça, porque os funcionários não conseguem controlar”, disse.
Outra mudança depois durante a crise da covid-19 foi o atendimento às pessoas em situação de rua. Além da distribuição de comidas e disponibilização de chuveiro para banho, o Centro POP possibilita a provisão de documentação, benefícios socioassistenciais e outros programas. Por dia, são entregues 30 senhas, sendo 20 pela manhã e 10 à tarde. A senha é para o beneficiário solicitar algum serviço que precise.
Abrigos
Diferentemente dos Centros Pops que funcionam somente durante o dia, a Sedes dispõe de mais 40 unidades de acolhimento, entre abrigos, alojamentos, casas de passagem e repúblicas. Em todas elas, são atendidas cerca de 1 mil pessoas, incluindo pais que têm filhos pequenos. Há unidades específicas para mulheres, famílias e idosos.
O acolhimento institucional é um serviço contínuo, em que o cidadão é atendido amplamente em todas as suas vulnerabilidades. A inserção nesse serviço se dá por encaminhamento dos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas) para a Central de Vagas.
O Seas atua com 28 equipes em escalas de plantão, diariamente, inclusive com equipes exclusivas para crianças, adolescentes e público LGBTQIA+.