Crime

Suspeito de matar cunhado em Planaltina é preso dentro de lotação, no Itapoã

Em áudio obtido pelo Correio, Júlio César pede a um colega R$ 180 para voltar ao Nordeste e confessar o crime

O homem suspeito de assassinar o próprio cunhado, no Assentamento Osiel Alves, em Planaltina, foi preso, na tarde desse domingo (1°/8), no Itapoã, no Paranoá. Júlio César, 30 anos, é investigado pelo crime de homicídio, cometido na quinta-feira (29/7) e que assustou os moradores da região.

O suspeito foi detido pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) dentro de uma lotação, na Avenida Principal do Itapoã, segundo revelaram fontes à reportagem. Os policiais interceptaram a van, prenderam o homem e o encaminharam à 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).

Em áudio obtido pelo Correio, Júlio César pede a um colega a quantia de R$ 180, com o objetivo de voltar ao Nordeste. "Matei o cara, o meu cunhado. Matei ele, entendeu? Tinha que matar e eu matei mesmo. Agora estou rodando aqui. E aí, como que vai fazer? Vai me arrumar ou não vai? Se for me arrumar, me dá ideia que eu estou rodando aqui no Itapoã", disse. No áudio, o suspeito diz, ainda, que está na casa de outra pessoa.

O crime

A vítima, identificada como Rogério, cunhado de Júlio César, estava sentado no sofá almoçando, quando foi atingida por arma branca no pescoço. Na fuga, o suspeito, mais conhecido como "Baiano", tentou fazer uma mulher como refém e adentrou uma área de mato. Até a última atualização dessa reportagem, ninguém havia sido preso.

O crime aconteceu no período da tarde. À reportagem, o genro da esposa do autor, Erasmo Carlos, 43 anos, contou que a vítima estava na casa da irmã e teria interferido na briga do casal. "Ele disse para o cunhado parar de bater nela. Que se mexesse com ela (irmã), estaria mexendo com ele", contou à época.

Segundo o genro, com medo, a sogra se assustou e saiu às pressas de casa. "Vi ela no meio da estrada toda machucada e ela pediu para que eu a deixasse na parada. Eu perguntei o que estava acontecendo, mas ela disse que precisava ir ao médico e não comentou mais nada", detalhou Erasmo. A sós, o criminoso aproveitou o momento que o cunhado almoçava no sofá, quando pegou uma arma branca, o atingiu no pescoço, colocou o corpo em um carrinho de mão e jogou na horta.

Saiba Mais

 

Após cometer o crime, Júlio César caminhou por cerca de 10 minutos até chegar na casa de uma vizinha. Sujo de sangue, ele pediu o celular emprestado à moradora. "Ele chegou na minha casa dizendo do que a mulher dele estava passando mal. Nessa hora, fui beber água e, quando voltei, vi o pé dele sujo de sangue e perguntei o que era aquilo. Ele respondeu que tinha machucado o nariz, eu o confrontei e ele disse que tinha matado um cachorro", contou a agricultora Quitéria Maria, 45.

Quitéria integra uma ONG de proteção animal e, ao saber da notícia, acionou a Polícia Militar imediatamente. "Eu fiquei tão assustada. Não quis acreditar nessa hipótese. Pedi pata ele sair da minha casa e liguei para a polícia", relatou. Do próprio celular da vizinha, Júlio César encaminhou um áudio à mulher confessando o crime: "Matei seu irmão", diz.

Fuga

O genro da mulher do agressor recebeu a informação do homicídio pelo grupo de moradores e foi até a casa da sogra averiguar a situação. Ao chegar na residência, se deparou com Júlio César correndo. Erasmo saiu atrás do criminoso, mas o perdeu de visto. Rogério foi até uma distribuidora, pediu papel e caneta e escreveu: "Sou mateiro, acabei de matar uma pessoa e quero uma cerveja". Após isso, ele entregou o bilhete à funcionária e uma nota de R$ 50 suja de sangue.

Assustada, a mulher fechou a porta. Júlio César conseguiu fugir por dentro do mato.