Meio Ambiente

GDF começa a derrubar árvores para viaduto da EPIG; moradores protestam

Após movimentação intensa na última quinta-feira para impedir o começo das obras, os moradores do Sudoeste se mobilizam para impedir a extração das árvores do local

Edis Henrique Peres
Júlia Eleutério
postado em 30/08/2021 11:29
 (crédito: Ed Alves/CB/DA Prees)
(crédito: Ed Alves/CB/DA Prees)

O Governo do Distrito Federal começou, na manhã desta segunda-feira (30/8), a derrubar as árvores das  quadras 104/105 do Sudoeste, para a construção do viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), que será uma intersecção entre o Parque da Cidade e o Sudoeste. A polícia está no local e acompanha o movimento dos moradores da região que são contra a ação do governo.

De acordo com a representante do grupo, a servidora pública Giselle Foschetti, 51 anos, a obra criará um anel rodoviário no bairro residencial, causando aumento do tráfego, poluição sonora e diminuição da área verde e a mobilidade de pedestres. Atualmente, em apenas um dos grupos de WhatsApp dos moradores, existem 213 integrantes contra as obras.

Após intensa mobilização na última quinta-feira (26/8), quando o grupo ficou parado em frente a uma escavadeira para impedir a extração das árvores, nesta segunda-feira, novamente, os operários atuam no local. De acordo com os moradores, o GDF ainda não tem autorização para o começo das obras e parte da vegetação já foi derrubada.

Um dos moradores contra a construção do viaduto, que preferiu não ser identificado, destacou que o maior problema é a falta de transparência do governo. "Não há placa sobre a construção, não existe autorização. A área sendo mexida, na avenida das Jaqueiras, para a construção da terceira via de tráfego, é tombada e dentro de um bairro residencial”, alega.

  • Moradores são contra a derrubada de árvores para construção do viaduto da Epig
    Moradores são contra a derrubada de árvores para construção do viaduto da Epig Ed Alves/CB/DA Prees
  • Moradores são contra a derrubada de árvores para construção do viaduto da Epig
    Moradores são contra a derrubada de árvores para construção do viaduto da Epig Ed Alves/CB/DA Prees

O outro lado

Em nota, o GDF esclarece que a construção do viaduto da Epig faz parte do Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do DF (PDTU/DF). "A secretaria de Obras, no âmbito de suas atribuições, registra que esta é uma obra já licitada, contratada e iniciada e, antes disso, foi analisada por um grupo de trabalho composto por, entre outros órgãos, Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), DER (Departamento de Estradas e Rodagem) e Seduh (Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação)", explica.

O governo destaca que a Seduh se manifestou favorável ao projeto. "Em relação ao procedimento de licenciamento ambiental do Corredor Eixo Oeste, o Brasília Ambiental informa que o processo iniciou-se em 2006, no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a emissão da Licença Prévia 001/2008. Para isso, foi elaborado o estudo de Relatório de Avaliação Ambiental Estratégico e realizada consulta pública", pontua.

Com o relatório de controle ambiental, o GDF também garante que ações serão implementadas para diminuir os impactos ambientais causados pelo projeto. "Destaca-se, ainda, que a implementação da obra propiciará uma requalificação no sistema de drenagem da região [...] Todas as licenças técnicas e ambientais foram concedidas e estão em dia. Todas as determinações do Iphan foram acatadas e aplicadas ao projeto de revitalização completa da via EPIG, que prevê, entre outras intervenções, a execução desta importante obra", frisa.

Segundo o GDF, "o viaduto da EPIG não vai beneficiar apenas os moradores da região do Sudoeste, Cruzeiro e Octogonal, mas, principalmente aos usuários do transporte público que se deslocam do Sol Nascente em direção ao plano piloto. Por fim, importante destacar que a população do DF é favorável à construção do viaduto. Pesquisa do Instituto Exata Opinião Pública revela que 66% dos moradores do bairro disseram ser a favor da obra. Esse número é ainda maior, 76%, entre os usuários da via”, finaliza.

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