O avanço da vacinação no Distrito Federal e a volta às escolas dos estudantes da rede pública têm motivado o ensino superior a cogitar o retorno das atividades presenciais. O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sindepes-DF), em deliberação da categoria, decidiu que cada instituição de ensino superior terá autonomia para escolher pelo retorno ou não de suas atividades, observando as necessidades específicas e o cenário de cada uma. Motivada pela vacinação de pessoas de 17 anos, que começou na terça-feira, a Universidade de Brasília (UnB) também avalia uma retomada. No entanto, de acordo com o decano de Graduação da UnB, Diêgo Madureira, qualquer mudança será efetiva somente a partir do próximo semestre, em 2022.
“Cada universidade está com calendários letivos distintos. No caso da UnB, iniciamos o nosso período letivo em junho, e ele vai até 6 de novembro. Qualquer mudança no formato de execução das atividades será no próximo semestre. Até porque, mesmo a oferta de vagas para as disciplinas é diferente no modelo presencial e no remoto. Temos um Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, que é um colegiado que toma essa decisão. O órgão analisa o cenário epidemiológico e inicia um planejamento de acordo com os resultados”, explica Diêgo.
O decano pontua que, no atual ritmo de imunização, é provável que no começo de 2022 sejam retomadas as atividades presenciais. “As medidas de álcool em gel, sensores nas torneiras e medidores de temperaturas já foram tomadas. No entanto, quem planeja isso é o Comitê. E percebemos a comunidade muito ansiosa com uma mudança no formato do semestre, mas ela não pode ser tomada durante o semestre em curso”, reforça.
A orientação do Sindepes-DF é que cada universidade “equilibre a melhor forma de entrega acadêmica-pedagógica dos conteúdos programados para o segundo semestre letivo de 2021”. “Salientamos que o momento ainda exige atenção e cautela e que o cumprimento dos protocolos de segurança, independentemente da modalidade adotada, continua estabelecido como prioridade para todas as instituições”, ressalta Luiz França, presidente do sindicato.
Segurança
A Universidade Católica de Brasília (UCB), por exemplo, voltou o ensino presencial para os alunos de atividades práticas, principalmente aqueles da área de saúde, estágios e pesquisa. “A universidade ainda não tem uma data exata para retornar às aulas presenciais teóricas. Para discutir internamente a decisão, criamos um grupo de trabalho multidisciplinar, que avaliará a retomada progressiva das atividades, priorizando, inicialmente, a retomada das atividades práticas, os estágios, as ações em laboratórios e, por fim, as aulas teóricas. Queremos que os nossos estudantes se sintam seguros, que disponham de espaços confortáveis e que sigam reconhecendo o compromisso da universidade com a vida de cada um deles”, afirma a professora Adriana Pelizzari, pró-reitora da instituição.
Questionado sobre a retomada, o Centro Universitário Iesb informou que, até a conclusão da vacinação dos alunos, trabalhará com o retorno de forma escalonada, com o modelo híbrido para os cursos presenciais. “Ou seja, as práticas de laboratório ocorrem de forma presencial, respeitando todos os protocolos de segurança recomendados, e as atividades teóricas são oferecidas de forma síncrona remotamente. Nesse cenário, estão sendo respeitados alunos, professores e demais colaboradores, para que estejam em segurança e recebam educação de qualidade”, pontua.
O Centro Universitário de Brasília (UniCeub) explicou que a instituição desenvolveu um planejamento de volta gradativa das aulas. “(O retorno) terá início com a retomada das atividades práticas. O comitê criado para tratar este tema tem como prioridade máxima a segurança e saúde dos seus alunos e funcionários e está seguindo cautelosamente todos os protocolos de combate à pandemia”, garantiu a instituição, em nota.