Pesquisa

DF tem o menor percentual de pessoas com alguma deficiência

Pesquisa aponta que a capital tem cerca de 154 mil pessoas com 2 anos ou mais com alguma deficiência. Segundo o IBGE, porcentagem no DF é de 5,2%, e a nacional, de 8,4%

Pedro Marra
postado em 27/08/2021 21:14 / atualizado em 27/08/2021 21:14
 (crédito: Agência Brasil/Divulgação)
(crédito: Agência Brasil/Divulgação)

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o Distrito Federal tem o menor percentual do país de pessoas com 2 anos ou mais que apresentam algum tipo de deficiência: o total é de 154 mil pessoas, o que representa 5,2% da população do DF. A média brasileira foi de 8,4% dos cidadãos com deficiência.

Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo IBGE em convênio com o Ministério da Saúde. O quinto volume traz informações sobre pessoas com deficiência; paternidade e pré-natal do parceiro; saúde das pessoas com 60 anos ou mais de idade; saúde da mulher; atendimento pré-natal; e crianças com menos de 2 anos.

O questionário sobre pessoas com deficiência na PNS de 2019 foi aplicado para todos os moradores de 2 anos ou mais e tem como objetivo principal gerar indicadores socioeconômicos, educacionais e de saúde de pessoas com deficiência. A identificação delas se deu a partir da mensuração do grau de dificuldade de algumas atividades que a pessoa possuía ao realizá-las. O uso de aparelhos de auxílio e a forma de obtenção dos mesmos também foi abordado na coleta de dados.

Quando se trata da diferença entre gêneros, o número de mulheres no DF com deficiência era quase o dobro (1,9 vezes maior) do que o de homens, com proporções para cada sexo de 6,4% da população feminina e 3,9% da população masculina. Esses números consideraram as pessoas com deficiência em, pelo menos, uma função: visual, auditiva, motora de membros superiores ou inferiores e mental ou intelectual.

A pesquisa mostra que a proporção de deficientes aumenta com a idade, sendo o maior percentual entre pessoas com 60 anos ou mais, chegando a 18,3%, no DF, em 2019. Nesse sentido, a quantidade era maior para pessoas negras, que representam 23 mil (6,5%) desse grupo. A proporção de pessoas de 2 anos ou mais com deficiência também é alta nos níveis mais baixos de escolaridade. Pessoas sem instrução ou fundamental completo representam 16,6% desse grupo.

No mercado de trabalho do DF, 148 mil pessoas — 6% da população — com 14 anos ou mais tinham alguma das deficiências mencionadas, em 2019. Entre as pessoas ocupadas, 50 mil (3,2%) tinham alguma deficiência. As pessoas com deficiência fora do mercado de trabalho totalizaram 92 mil no DF (12,1%).

Deficiência visual

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 traz também que 63 mil pessoas (2,1% da população de deficientes) de 2 anos ou mais residentes no DF disseram ter deficiência visual, abaixo da média do país (3,4%) e o menor entre as unidades da federação. O percentual era maior para 43 mil mulheres ou (2,7% da população feminina com 2 anos ou mais de idade), representando 68% das pessoas deficientes visuais da capital federal.

A proporção de deficientes visuais é maior para pessoas com 60 anos ou mais – 5,5% dos 154 mil deficientes no DF, e entre as pessoas negras com 2 anos ou mais, o que representa 2,7%. Sob o prisma do nível de instrução escolar, as porcentagens são maiores para pessoas com 18 anos ou mais.

 

O levantamento ainda cita o baixo nível de escolaridade entre os deficientes visuais. Em primeiro, 6,5% diz estar sem instrução e ter ensino fundamental incompleto. Em seguida, 3,6% possui ensino fundamental completo, mas o médio incompleto. Outro retrato da realidade é que apenas 1,8% tem ensino médio completo e superior incompleto, e 0,8% tem ensino superior completo.

Atendimento pelo SUS

Quando se trata de atendimento a pessoas deficientes com 2 anos ou mais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o DF teve o percentual mais baixo entre as unidades da federação. Cerca de 32 mil pessoas (31,8%) de dois anos ou mais afirmaram ter recebido algum cuidado em reabilitação de forma regular nos 12 meses anteriores à pesquisa. O número está abaixo da média brasileira, que é de 51,4%.

No Brasil, em 2019, entre as pessoas com 2 anos ou mais que utilizavam algum tipo de auxílio pelo SUS, os mais frequentes foram de: próteses (54%), órteses (45,7%) e aparelhos auditivos (44,5%).

Crescimento populacional

No ranking dos municípios das capitais e no ranking de todos os municípios do país, Brasília é a terceira com uma população estimada de 3.094.325 pessoas. Segundo dados do IBGE, todas as 26 capitais estaduais mais o DF superam os 50 milhões de habitantes, representando, em 2021, 23,87% da população total do Brasil. A estimativa de 1º de julho de 2021 indica o país com população total de 213,3 milhões de habitantes, distribuídos por 5.570 municípios.

De acordo com dados da Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação, de 2010 a 2021, a taxa de crescimento do DF encontra-se em 1,28%. O número é maior que na média nacional, com 0,74%.Com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

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