Morreu, nesta quarta-feira (25/8), aos 76 anos, o pastor Ernesto Swartele. Ele era fundador da Assistência Social Evangélica de Brasília (Aseb) e responsável pelo Lar de Crianças Betel — uma das maiores instituições filantrópicas da América Latina, em Cocalzinho (GO). O filantropo deixa a esposa, Josefina, e três filhos.
Em 1975, o pastor recebeu um convite para assumir um projeto social. Naquele ano, criou a Aseb, instituição que apoiava o Lar de Crianças Betel. O abrigo começou em Taguatinga, na década de 1970. Após receber a doação de uma grande fazenda, Ernesto construiu a sede da instituição e transferiu as crianças.
O espaço recebia crianças e jovens sem vínculos familiares ou que tinham histórico de maus-tratos dentro de casa. Cerca de 9,8 mil delas passaram pelo Lar Betel.
Após quase 40 anos à frente do abrigo, Ernesto se afastou da direção, mas continuou a atuar em projetos na comunidade. Com a saída do projeto e consequente encerramento da iniciativa, o pastor assumiu a tutela de cerca de 15 jovens que não tinham para onde ir.
Para o amigo do pastor Carlos Crisóstomo da Silva, 48, Ernesto deixa uma vida de dedicação ao próximo como legado. "Tudo o que ele fez foi um gesto de fé, de coragem. Ele nunca se abalou perante as dificuldades. Essa foi a maior marca dele. Era um homem manso, humilde, que dedicou a vida para servir", ressalta o corretor de imóveis.
Ernesto morreu na tarde desta quarta-feira (25/8). Ele tinha diabetes, além de problemas nos rins e no pulmão, mas a causa do óbito não foi informada. O pastor estava internado em um hospital em Cocalzinho havia quatro dias. Os amigos e familiares farão a despedida nesta quinta-feira (26/8), pela manhã. O corpo dele passará a noite na igreja que ele frequentava, e o velório terá início às 6h, no Ginásio de Cocalzinho. O enterro será às 15h.
Despedidas
Amigos, conhecidos e os filhos de Ernesto falaram sobre o luto e a dor da partida. A cuidadora Michele Morais, 25, é uma das milhares de pessoas acolhidas pelo pastor. Emocionada, ela falou sobre a importância do filantropo para a vida dela. "Eu cresci lá (no Lar Betel). Ele (Ernesto) me criou desde os 2 anos. Fui embora aos 17 e, durante todo esse tempo, ele foi meu exemplo. Era um pai mesmo. Foi lá que aprendi tudo o que sei. Ele representava muito para mim", lamenta.
O marceneiro Miguel Morais, 25, também está entre as pessoas que contaram com a ajuda do pastor. O jovem conta que o "pai do coração" fará falta. "Fui para o abrigo aos 4 anos. Ele (Ernesto) era meu exemplo. Nunca tive contato com meu pais de sangue, mas ele fez esse papel. Foi uma honra ser criado pelo pastor e, com certeza, ele deixa muitas pessoas com saudade", afirma.
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