Obituário

Morre o fotógrafo Roberto Stuckert, referência na imprensa brasileira

Chamado de ‘Stucão’, ele passou por vários veículos de imprensa. Stuckert foi fotógrafo oficial do presidente João Figueiredo, último militar a comandar o país

Pedro Marra
postado em 23/08/2021 14:41 / atualizado em 23/08/2021 16:54
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

O repórter fotográfico Roberto Stuckert morreu, às 1h25 desta segunda-feira (23/8), aos 78 anos, vítima de uma insuficiência cardíaca, o que causou um infarto fulminante. Chamado carinhosamente de ‘Stucão’, ele passou por vários veículos de imprensa do Brasil. Foi fotógrafo oficial da presidência durante a gestão de João Figueiredo, último militar a comandar o país, e também foi editor de fotografia do Jornal de Brasília.

O velório de Roberto está marcado para ocorrer das 8h às 10h, desta terça-feira (24/8), na Capela 7 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A cremação do corpo será às 11h30, em Valparaíso de Goiás (GO). Ele tinha alguns problemas de saúde, como diabetes e obesidade. No mês passado, ele ficou internado por cerca de três semanas e a família descobriu que ele tinha insuficiência cardíaca. 

O fotógrafo nasceu em 24 de maio de 1943 em João Pessoa (PB), onde começou a cobrir esportes aos 16 anos no Diário Carioca, no qual o próprio pai, Eduardo, trabalhava. Em abril de 1960, o pai o indicou para ser fotógrafo da Sucursal da Folha do Diário, em Brasília. Em seguida, ele foi para a sucursal da Folha de S.Paulo, na capital federal, onde ficou por mais de 13 anos, de abril de 1965 a janeiro de 1979.

Em uma foto que rendeu capa da revista Veja, Stuckert registrou o marechal Arthur da Costa e Silva em visita oficial ao Congresso Nacional, em 1966. Dois anos depois, quando o militar era presidente do Brasil, a imagem virou capa da revista Veja, que fora apreendida após edição do AI-5, no período da ditadura militar.

Na época, o Congresso Nacional foi fechado e os fotógrafos tinham de sair do comitê de imprensa dentro do edifício. Logo após a passagem pela Folha, Roberto virou fotógrafo oficial do presidente João Figueiredo, função que exerceu até 1985.

No perfil particular do Instagram, uma das netas do fotógrafo, a jornalista Roberta Stuckert, 26 anos, publicou uma homenagem ao avô. “É assim que sempre lembraremos de você, com o brilho nos olhos e o sorriso no rosto. A oportunidade de conviver com você é única e sorte de quem pode ter isso”, escreveu.

"Você é a pessoa mais incrível que eu conheço, não existe profissional, marido, pai, irmão e avô, principalmente avô, mais impressionante nesse mundo. Te perco com dor, sofrimento e saudade. Sei que aí de cima você está fazendo o que você fazia de melhor, cuidar de todos nós. Vou cuidar da minha avó e te honrar pelo resto dos meus dias, prometo!", disse, em outro trecho da publicação.

Em 9 de julho, a família perdeu outro fotógrafo, o irmão mais novo de Roberto, Rodolfo Franca Stuckert, que morreu aos 67 anos. Servidor aposentado da Câmara dos Deputados, Stuckert teve uma infecção urinária que evoluiu para generalizada, não resistiu às complicações da doença e morreu na manhã daquela sexta-feira (9/7) no Hospital Santa Lúcia Sul, após um dia internado. Rodolfo deixou a mulher e dois filhos, de 32 e 27 anos.

A família é composta por 33 fotógrafos, incluindo o pai, Eduardo, o avô, sete tios e os filhos Ricardo, o Stuquinha, e Roberto Stuckert Filho, o Stuca. Inclusive, os filhos foram fotógrafos oficiais dos presidentes da República Lula, de 2003 a 2010, e de Dilma Roussef, de 2011 a 2016. Cada um trabalhou em um mandato, respectivamente.

 

 

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