Frederick Wassef, advogado da família e do presidente da República, Jair Bolsonaro, se envolveu em uma confusão em um restaurante de carnes, no sábado, por volta das 17h, na QI 11, do Lago Sul. Segundo relatos, Wassef teria assediado uma mulher, de 53 anos, no banheiro do restaurante, e, por esse motivo, foi perseguido pelo marido dela, de 56. O homem correu atrás do advogado com uma faca e fez ameaças. Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e foi solto ontem, após audiência de custódia, sob a condição de informar à Justiça caso mude de endereço ou telefone. Após o ocorrido, Wassef foi até a delegacia do Lago Sul prestar queixas e um inquérito foi aberto para investigar o caso.
Em entrevista ao Correio, Wassef negou ter assediado a mulher e diz ser vítima de uma onda de fake news, por motivos políticos. “Em momento algum me aproximei dela. Ela, da porta do banheiro, passou a me ameaçar, fazendo sinais e dizendo ‘vá embora você e o lixo do Bolsonaro’’’, conta. Wassef estava em pé falando ao telefone, do lado de fora do restaurante, e diz ter ignorado os xingamentos.
Quando a mulher — acompanhada do marido e da filha — saiu do restaurante para ir embora, as ofensas continuaram. O marido chegou a pedir desculpas em nome da mulher, dizendo que havia ficado constrangido pelo desentendimento. Ele teria oferecido R$100 para Wassef “tomar um chopp”, que disse ter recusado o dinheiro.
Wassef disse que o casal foi embora e ele se sentou à mesa do restaurante com apoiadores que o reconheceram. Minutos depois, o marido retornou: “Pensei que ele estava se aproximando para fazer amizade ou pedir desculpa uma vez mais. Quando vi, pegou um copo de refrigerante e jogou na minha cabeça. Ele, então, puxa uma faca e faz o movimento para me golpear. Eu me afasto, levanto e saio correndo, atravessando a rua”, relata Wassef, que se diz vítima de uma tentativa de homicídio à faca. De acordo com ele e testemunhas, o homem também ameaçou as outras pessoas sentadas à mesa, inclusive, uma grávida.
Em depoimento à DP, o homem relatou que cumprimentou Wassef na saída do estabelecimento. Mais tarde, em conversa com a esposa, ouviu dela que Wassef teria falado “besteira” e, a partir disso, entendeu que ela havia sido vítima de assédio. A mulher disse que ocorreu um mal-entendido, e que, ao falar que Wassef dizia “besteira”, se referia a conversas sobre política bolsonarista, e acrescentou que não é simpatizante de Bolsonaro.
O restaurante, onde a confusão ocorreu, não quis se pronunciar. Um atendente do estabelecimento em frente, para onde Wassef diz ter corrido após as ameaças do homem, informou que a equipe estava ocupada e não testemunhou o incidente, mas ouviu barulhos e, depois, presenciou a chegada da polícia ao local.
Homem preso
Em vídeos divulgados nas redes sociais, o homem aparece transtornado e é contido por populares. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil do DF, ele foi preso após ser perseguido de carro pela Polícia Militar e autuado por direção perigosa de veículo em via pública, tentativa de homicídio, ameaça e porte de arma branca.
“A equipe da PMDF foi acionada para averiguar ocorrência de ameaça em um restaurante no Lago Sul. Ao chegar ao local, pessoas apontaram para o autor, que estava dentro de um veículo. Durante revista no veículo dele foram encontradas duas armas de corte e perfuração. Diante dos fatos, conduziram todos à delegacia para as providências cabíveis”, informou a corporação em nota. De acordo com o delegado da 10ª Delegacia de Polícia do Lago Sul, Marcelo Fernandes, o caso foi atendido pelo delegado de plantão na noite de sábado (21/8) e foi encaminhado à 1ª DP.
Antecedente
Em novembro do ano passado, Frederick Wassef foi acusado pela atendente de uma pizzaria em Brasília de cometer o crime de injúria racial. O crime foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e em fevereiro deste ano o advogado foi indiciado pela polícia. A funcionária da pizzaria, a garçonete Danielle da Cruz de Oliveira, de 18 anos, afirmou que foi chamada de “macaca” e que já havia sido “muito humilhada” outras vezes. O processo segue em segredo de Justiça.
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