O Distrito Federal inicia a vacinação contra a covid-19 ao primeiro grupo de adolescentes, com 17 anos, sem comorbidades, a partir desta terça-feira (24/8). Esse público não precisa fazer agendamento para a imunização, basta se dirigir a um dos postos de vacinação — a lista dos locais será divulgada hoje pela Secretaria de Saúde. A ampliação do grupo apto para receber a vacina foi possível com a chegada de 28.068 doses da Pfizer na sexta-feira, além da chegada de mais uma remessa para a capital no fim de semana. A Saúde aguardava, ainda na noite de ontem, o recebimento de 22.230 doses da Pfizer. De acordo com a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), são 48.263 adolescentes com 17 anos no DF.
O estudante João Victor Castro, 17 anos, é um dos que estará presente na fila para receber a primeira dose da vacina. Ele mora com a mãe e a avó, que já tiveram covid. João acredita que não foi infectado, pois não sentiu nenhum sintoma da doença. Para ele, essa semana tem sido esperada desde o começo do ano. “Perdi meu avô nesse período, além de várias pessoas próximas, que eu nunca imaginava ir tão cedo, por causa desse vírus”, lamenta.
A estudante Hisla Paixão Dias, 17, também vive a expectativa de ser vacinada nesta terça. Ela conta que está apreensiva com a volta às aulas presenciais. “Todo dia imagino como será voltar a ver meus amigos, mas tenho medo do risco que eu posso levar a eles e também colocar em risco as pessoas da minha família”, diz.
12 anos
O secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, ressaltou que a imunização de adolescentes começa restritamente a 17 anos, pois a quantidade de vacinas enviada pelo Ministério da Saúde ainda é insuficientepara atender um público mais jovem. “Assim que chegarem novas doses, vamos continuar baixando a idade. O objetivo é avançar até os 12 anos”, pontuou.
A pedagoga Flaviane Gomes, 40 anos, está ansiosa pelo momento em que finalmente verá o filho, de 12 anos, vacinado, para que ele possa ter contato com os amigos e voltar a rotina de estudante. “Estamos com muita expectativa. O pai é do grupo de risco, e enviar ele para a escola neste semestre é perigoso, porque ele pode pegar o vírus e trazer para casa. Até agora ninguém testou positivo aqui”, explica. Flaviane conta que o filho é uma das poucas pessoas que usam máscaras na região onde eles moram, em Samambaia. “Além disso, ele tem bronquite alérgica, fez tratamento até os cinco anos no Hospital de Base. Apesar de a bronquite não ter se manifestado nos últimos anos, ele tem histórico. Então, sempre ficamos apreensivos e temos cuidado. Orientamos ele a utilizar máscara até quando vai brincar na rua”, ressalta.
A volta das aulas presenciais também preocupa Rejane Magalhães Ozório, 43 anos. Já vacinada, a mãe conta que a educação do filho Hugo, 16, sempre veio em primeiro lugar, mas que se manter vivo nesse ano está sendo mais importante. “Gostaria muito que meu filho fosse vacinado logo, pois no próximo dia 30 é o retorno da aula presencial e estou receosa”, detalha. Ela espera que a vacina para o grupo de 16 anos chegue ainda nesta semana.
O Distrito Federal já vacinou 1.937.727 pessoas com a primeira dose — 75,15% da população. Enquanto que 749.252 pessoas já completaram o ciclo vacinal (29,06%). Ontem, chegaram 19,3 mil doses da vacina CoronaVac, que serão destinadas para a aplicação da D2 e para a vacinação da primeira dose em adultos. Hoje são esperadas mais 47 mil doses da AstraZeneca para aplicação de D2.
Novos casos
O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde confirmou, ontem, mais 16 mortes em decorrência da covid-19 no Distrito Federal. Desses óbitos, dez tinham 60 anos ou mais. Três mortes ocorreram ontem, uma mulher e dois homens. Com a atualização, a capital soma 9.914 vidas perdidas. São 463.942 casos da doença desde o início da crise sanitária; 412 registrados ontem. Do total de notificações, 447.057 (96,4%) pessoas se recuperaram da doença. A taxa de transmissão está em 0,96. A média móvel de casos apresenta estabilidade, índice de 655,7. Já a média móvel de mortes está em 9,6 óbitos/dia — uma redução com relação há duas semanas (11,7 óbitos/dia).
Colaborou Giovanna Fischborn
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