Homicídio

Suspeito de assassinar cunhado em Planaltina é preso no Piauí

Um dia antes de ser detido, no domingo (8/8), Júlio César, de 30 anos, chegou a atirar contra os policiais civis ao perceber que estava sendo seguido

Darcianne Diogo
postado em 11/08/2021 00:16 / atualizado em 11/08/2021 00:17
 (crédito: Reprodução/Redes sociais)
(crédito: Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil do Estado do Piauí (PCPI) prendeu, na segunda-feira (9/8), o suspeito de assassinar o próprio cunhado a facadas, no Assentamento Osiel Alves, em Planaltina, no DF. Júlio César, 30 anos, chegou a atirar contra os policiais do município nordestino dias antes da prisão.

Júlio é investigado no DF pelo crime de homicídio. Em 29 de julho, ele matou o cunhado, identificado como Rogério, enquanto a vítima estava almoçando, segundo as investigações da PCDF. Nessa segunda-feira, o suspeito foi detido na casa da mãe, no Povoado Cafundó, na zona rural de Palmeiras (PI).

Um dia antes da prisão, no domingo (8/8), Júlio teria atirado contra os policiais civis ao perceber que estava sendo seguido. O homem foi encaminhado à Central de Flagrantes de Teresina e será trazido ao DF, onde cumprirá pena no Complexo Penitenciário da Papuda.

O crime


A vítima, identificada como Rogério, cunhado de Júlio César, estava sentado no sofá almoçando, quando foi atingida por arma branca no pescoço. Na fuga, o suspeito, mais conhecido como "Baiano", tentou fazer uma mulher como refém e adentrou uma área de mato. O crime aconteceu no período da tarde. O genro da esposa do autor, Erasmo Carlos, 43 anos, contou que a vítima estava na casa da irmã e teria interferido na briga do casal. "Ele disse para o cunhado parar de bater nela. Que se mexesse com ela (irmã), estaria mexendo com ele", contou

Segundo o genro, com medo, a sogra se assustou e saiu às pressas de casa. "Eu a vi no meio da estrada toda machucada e ela pediu para que eu a deixasse na parada. Eu perguntei o que estava acontecendo, mas ela disse que precisava ir ao médico e não comentou mais nada", detalhou Erasmo. A sós, o criminoso aproveitou o momento que o cunhado almoçava no sofá, quando pegou uma arma branca, o atingiu no pescoço, colocou o corpo em um carrinho de mão e jogou na horta.

Após cometer o crime, Júlio César caminhou por cerca de 10 minutos até chegar na casa de uma vizinha. Sujo de sangue, ele pediu o celular emprestado à moradora. "Ele chegou na minha casa dizendo que a mulher dele estava passando mal. Nessa hora, fui beber água e, quando voltei, vi o pé dele sujo de sangue e perguntei o que era aquilo. Ele respondeu que tinha machucado o nariz, eu o confrontei e ele disse que tinha matado um cachorro", contou a agricultora Quitéria Maria, 45.

Quitéria integra uma ONG de proteção animal e, ao saber da notícia, acionou a Polícia Militar imediatamente. "Eu fiquei tão assustada. Não quis acreditar nessa hipótese. Pedi para ele sair da minha casa e liguei para a polícia", relatou. Do próprio celular da vizinha, Júlio César encaminhou um áudio à mulher confessando o crime: "Matei seu irmão", diz.

O genro da mulher do agressor recebeu a informação do homicídio pelo grupo de moradores e foi até a casa da sogra averiguar a situação. Ao chegar na residência, se deparou com Júlio César correndo. Erasmo saiu atrás do criminoso, mas o perdeu de visto. Rogério foi até uma distribuidora, pediu papel e caneta e escreveu: "Sou mateiro, acabei de matar uma pessoa e quero uma cerveja". Após isso, ele entregou o bilhete à funcionária e uma nota de R$ 50 suja de sangue.

Assustada, a mulher fechou a porta. Júlio César conseguiu fugir por dentro do mato.

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