Um estudo da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) sobre a migração interna no Distrito Federal aponta que, entre 2015 e 2018, 192.235 pessoas saíram de uma região administrativa para morar em outra do DF. Esse número representa 6,7% da população da capital federal em 2018. A pesquisa foi divulgada pela Codeplan na manhã desta quinta-feira (5/8).
De acordo com o estudo, as três RAs que mais receberam imigrantes — pessoas vindas de outras regiões — foram Águas Claras, com 29.051 novos habitantes; Sobradinho 2, que recebeu mais 18.904 moradores; e Riacho Fundo 2, com 16.105 novos residentes.
De todas as pessoas que saíram de uma RA para outra no período, Águas Claras absorveu 15% dos migrantes; Sobradinho 2 recebeu 9,8% e Riacho Fundo 2 acolheu 8,3% deles.
Mais migrações
Águas Claras foi a região administrativa com a maior quantidade de novos habitantes no período analisado e 50% deles chegaram do Plano Piloto.
Em Sobradinho 2, 91,4% dos recém-chegados se mudaram de Sobradinho, o que sugere, segundo a Codeplan, uma expansão territorial da localidade.
Para o Riacho Fundo 2, dirigiram-se moradores de Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo, somando 58,5% do total de imigrantes do período considerado.
As mudanças entre 2015 e 2018 contribuíram com 22,1% a mais no total da população de Sobradinho 2 e acrescentaram 18,4% novos moradores no Riacho Fundo 2. Em Águas Claras, a proporção foi de 18%.
Perfis
A divisão por gênero das pessoas que participaram do fluxo migratório na capital federal seguiu a distribuição da população geral do DF: cerca de 51% de mulheres e 49% de homens.
Quanto à idade, a maioria (55%) dos migrantes tinha mais de 30 anos. As maiores proporções de pessoas entre 15 a 29 anos foram identificadas no Recanto das Emas (39,3%), São Sebastião (36,3%) e Núcleo Bandeirante (35,1%).
Jardim Botânico, Sudoeste/Octogonal e Plano Piloto, RAs de alta renda, foram as regiões que mais receberam pessoas entre 30 e 59 anos: 65,8%, 62,9% e 57,4%, respectivamente.
Os idosos estavam mais presentes entre os grupos que se mudaram para o Lago Sul, Sobradinho II e Park Way — 13,9%, 11,3% e 10,8%, nesta ordem — regiões de renda alta e média-alta.
No Recanto das Emas, Paranoá, Itapoã, Varjão, SCIA/Estrutural e Planaltina, mais de 25% dos novos moradores tinham apenas o ensino fundamental ou eram analfabetos. Por outro lado, no Sudoeste/Octogonal, Jardim Botânico, Plano Piloto e Lago Sul, mais de 75% dos recém-chegados tinham ensino superior completo ou mais.
Aspecto financeiro
Em relação à renda dos migrantes, mais de 30% das pessoas que se mudaram para Brazlândia, Fercal, SCIA/Estrutural e Paranoá eram de baixa renda e recebiam até um salário-mínimo.
Já no Riacho Fundo 1, Gama e Riacho Fundo 2, mais de 70% dos novos habitantes tinham renda entre um e três salários-mínimos.
Jardim Botânico, Plano Piloto, Sudoeste/Octogonal e Lago Sul, por sua vez, contaram mais de 30% de migrantes com renda acima de 10 salários-mínimos
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