Entre 2002 e 2021, o papiloscopista da Polícia Civil do Distrito Federal Ronney José Barbosa Sampaio registrou cinco helicópteros junto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No site do órgão fiscalizador, duas aeronaves estão em situação normal e três com matrículas canceladas.
A história veio à tona após um helicóptero cair na região do Pantanal mato-grossense, no último domingo (1º/8), com aproximadamente 300kg de cocaína. De acordo com investigações da Polícia Federal, a aeronave que caiu está sob registro do policial civil. Além disso, outras quatro aeronaves seguem certificadas por ele. Até o momento, ninguém foi preso e não se sabe a origem da droga em suposta situação de tráfico internacional.
O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), abriu uma investigação para apurar o caso. O MPDFT investigará o possível envolvimento do papiloscopista no transporte da droga. O policial afirma que vendeu o helicóptero em maio, mas não houve a transferência da propriedade, segundo Anac.
De acordo com a PF, o helicóptero é avaliado em aproximadamente R$ 450 mil e tem capacidade para transportar até três passageiros, além do piloto, e carga máxima de 340 kg. Segundo o Portal da Transparência do Distrito Federal, a última remuneração do policial civil, em junho, foi de R$ 19.746,02. Porém, ele possui salário médio de R$ 12 mil.
A reportagem ligou para Ronney José Barbosa Sampaio. Ele disse que não iria se posicionar e desligou o celular em seguida.
Relembre o caso
O helicóptero modelo Robson R44 caiu em uma fazenda no município de Poconé (MT) no último domingo (1º/8). A equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) avistou a aeronave praticamente destruída. Em buscas na área, a equipe não encontrou vítimas a bordo nem indícios de feridos. No entanto, achou 278,5 kg de cocaína, avaliada em quase R$ 7 milhões.
Agentes da Polícia Federal, com o apoio do Grupo Estadual de Segurança na Fronteira (Gefron), da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), e do Ciopaer encontraram a aeronave durante operação que visa combater uma organização criminosa envolvida em tráfico internacional por meio aéreo.
Após o acidente, o Correio entrou em contato com o proprietário da aeronave, o papiloscopista Ronney José Barbosa, que alegou ter vendido a aeronave, em 25 de maio. Citou, ainda, o nome do comprador. "Vendi e não transferiram. (Isso) está me dando uma dor de cabeça", afirmou.
Além disso, o documento da aeronave está vencido há quatro anos. Agora o caso segue sob investigação da Polícia Federal de Mato Grosso, do MPDFT, e da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
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