A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou oito homens pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e estelionato. De acordo com as investigações, a organização criminosa interestadual atuava há cerca de dois anos com destruições de veículos e embarcações para receber indenização de seguros. Entre os investigados está um cirurgião plástico de Goiânia (GO) e cinco empresários de Brasília.
Nomeada Navio Fantasma, a operação foi conduzida pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri). A PCDF solicitou a prisão preventiva dos investigados, mas a Segunda Vara Criminal de Brasília entendeu a medida como desnecessária. Os oito investigados foram denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT) pelos crimes de associação criminosa e estelionato. Segundo a corporação, os suspeitos já constam como réus em ação penal.
De acordo com as apurações, nos últimos dois anos, o grupo investigado forjou cinco acidentes automobilísticos para recebimento do valor do seguro. No total, já foram destruídos dez veículos, dois em cada acidente. Entre os veículos destruídos estão três BMWs, um Porsche e um Chrysler.
Logística
Para realizar o ato, o grupo adquire veículos importados de difícil comercialização e contratam novos seguros com valor de indenização correspondente à Tabela Fipe. Após isso, realizam a colisão proposital dos carros, que sofrem perda total. O condutor que contratou o seguro costuma assumir a culpa pela colisão para viabilizar o pagamento dos danos do outro veículo envolvido no acidente, cujo condutor também integra o grupo criminoso; opera-se o recebimento dos valores do seguro, baseados na Tabela Fipe, que são superiores aos valores de aquisição dos veículos.
Os acidentes ocorreram no Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES) e na rodovia DF-140, proximidades do Complexo da Papuda, sempre na madrugada. Em todos os acidentes houve choque proposital da coluna central, dano estrutural que conduz necessariamente à perda total do veículo. Para dificultar a investigação, os registros dos acidentes eram feitos na Delegacia Eletrônica e os criminosos se revezavam na condição de condutor, segurado (contratante), terceiro envolvido e recebedor da indenização. Com o mesmo objetivo, o grupo criminoso também criou cinco empresas de fachada, em nome das quais eram registrados os veículos.
Em 2019, o grupo começou a lidar, também, com outros transportes: incendiou uma embarcação de 50 pés, conseguindo R$750 mil de indenização. O barco foi incendiado em 11 de dezembro de 2019, por volta das 20h, às margens do Lago Corumbá, em Caldas Novas (GO).
Em 28 de setembro do ano passado, a Corpatri deflagrou a primeira etapa da operação, e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na residência e empresas das pessoas que integravam a organização criminosa.
Com informações da PCDF
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