VIOLÊNCIA

'Atira', disse filho assassinado pelo pai

Empresário, 32 anos, morreu após ser atingido por um tiro no peito. Caso aconteceu em Ceilândia, ontem

“Atira, quero ver se você atira”. Essas foram as últimas palavras do empresário Jerzley dos Santos Guedes, 32 anos, na madrugada de ontem. Assassinado com um tiro de uma pistola .40 no peito, disparado pelo próprio pai, Marcelo Machado Guedes, 50. Jerzley morreu em poucos minutos, na frente da esposa e dos vizinhos, dentro do apartamento onde morava, em Ceilândia Sul.

Ao Correio, vizinhos descreveram a cena de terror. O bancário Alisson Oliveira, 35, disse que ouviu a vítima gritando repetidas vezes para que o pai atirasse. A briga entre pai e filho começou por volta da meia-noite. Segundo vizinhos, eles consumiram bebida alcoólica, e Jerzley teria discutido com a esposa. O pai se intrometeu, e eles começaram uma discussão. A esposa do empresário saiu do apartamento e foi para o carro até a confusão acabar. No entanto, ao desconfiar que a situação estava saindo do controle, ela voltou à residência.

“Ouvi ele falando: ‘você vem na minha casa e bate na minha cara? Você acha que eu sou quem?’. A mulher, então, tentou apaziguar os ânimos. Depois, eles continuaram discutindo. Também houve barulho de coisas que caíram no chão, seguido de um breve silêncio”, lembra Alisson Oliveira.

Jerzley tirou a arma de um cofre. Os dos teriam brigado pela pistola, e o empresário foi assassinado em seguida. “Eu escutei o disparo. Os vizinhos saíram correndo e abriram as portas para ver o que aconteceia”, diz o bancário.

Um enfermeiro que mora do outro lado do corredor socorreu o empresário. “Entrei no apartamento, e a vítima estava deitada no chão ensanguentada. O pai estava em cima tentando conter o sangue, enquanto o vizinho fazia uma massagem cardíaca”, descreve Allison.

O pai foi preso em flagrante e levado à 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Sul). A assessoria da família afirmou que, por ora, não vai se pronunciar sobre o assunto. Jerzley deixou um filho de 7 anos e havia se casado recentemente.

A vítima era proprietário de uma empresa de tecnologia da informação e marketing com atuação em vários estados, com capital social de R$ 1,5 milhão. Formado em tecnologia da informação, fundou a empresa em 2010. A sede fica na Asa Norte.

Vizinhos afirmam que Jerzley era agressivo. “O histórico dele aqui não é dos melhores. Sempre ouvi muitas brigas, gritaria e barulho de coisas sendo quebradas em discussões”, afirma uma moradora que não quis se identificar. “Encontrei o Marcelo aqui algumas vezes. Ele subia e separava algumas brigas. Mas, no dia do crime, eles tinham bebido e perderam o controle”, lamenta.


Procurador que atirou na mãe é solto

O procurador da Infraero Henrique Celso Gonçalves deixou a prisão ontem, por determinação de um desembargador da 2ª Turma Criminal do TJDFT. Na emissão do alvará de soltura, o magistrado destacou que Henrique deverá comparecer a “todos os atos do processo”, manter distância mínima de 300 metros da esposa e não ter nenhum contato com ela. O servidor está proibido de retornar à residência do casal “até que o Juízo natural da causa se manifeste sobre o tema e determine outras medidas que entender de direito”. A decisão foi tomada após o advogado do procurador, Karlos Eduardo de Souza Mares, entrar com habeas corpus para reverter a prisão preventiva. Henrique foi preso em flagrante, no último sábado, após, segundo boletim de ocorrência registrado na 1° Delegacia de Polícia (Asa Sul), ter agredido a esposa e atirado com um revolver .38 cerca de quatro vezes contra o cunhado. No entanto, um dos disparos atingiu o braço da mãe de Henrique, que foi atendida no hospital de Base e liberada no dia seguinte. O caso aconteceu na casa do casal, no Lago Sul. Em buscas na residência, policiais apreenderam dez armas de fogo.

Procurador que atirou na mãe é solto

O procurador da Infraero Henrique Celso Gonçalves deixou a prisão ontem, por determinação de um desembargador da 2ª Turma Criminal do TJDFT. Na emissão do alvará de soltura, o magistrado destacou que Henrique deverá comparecer a “todos os atos do processo”, manter distância mínima de 300 metros da esposa e não ter nenhum contato com ela. O servidor está proibido de retornar à residência do casal “até que o Juízo natural da causa se manifeste sobre o tema e determine outras medidas que entender de direito”. A decisão foi tomada após o advogado do procurador, Karlos Eduardo de Souza Mares, entrar com habeas corpus para reverter a prisão preventiva. Henrique foi preso em flagrante, no último sábado, após, segundo boletim de ocorrência registrado na 1° Delegacia de Polícia (Asa Sul), ter agredido a esposa e atirado com um revolver .38 cerca de quatro vezes contra o cunhado. No entanto, um dos disparos atingiu o braço da mãe de Henrique, que foi atendida no hospital de Base e liberada no dia seguinte. O caso aconteceu na casa do casal, no Lago Sul. Em buscas na residência, policiais apreenderam dez armas de fogo.