O procurador da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) Henrique Celso Gonçalves foi preso após ferir uma pessoa, no fim de semana. Ele tentava disparar contra o cunhado, mas atingiu a própria mãe. Ela foi levada pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital de Base e recebeu alta no domingo, um dia depois de ser baleada. O caso é investigado pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul).
O crime ocorreu na mesma região administrativa, onde mora Henrique Celso. No sábado, durante o dia, ele teria bebido e agredido a esposa, além da própria irmã. O cunhado dele, que presenciou a violência, reagiu para defendê-las e se envolveu em uma discussão com o acusado. Um amigo da família estava no local e apartou a briga. Na sequência, o procurador buscou um revólver calibre 38 em casa e atirou cerca de quatro vezes contra o cunhado. No entanto, um dos disparos atingiu a mãe do servidor público.
Para se protegerem, todos os presentes se esconderam em um quarto até a chegada da Polícia Militar. O boletim registrado na delegacia detalha que, após efetuar os disparos, Henrique Celso se trancou em outro cômodo e disse que se mataria. Ao chegar ao endereço, uma equipe do Grupamento Tático Operacional (Gtop) negociou a rendição do procurador. Após buscas pela casa, os PMs encontraram 10 armas de fogo, duas facas e mais de mil balas de diversos calibres. Os itens eram do pai do servidor público, que era militar e já morreu.
Ontem, durante audiência de custódia, a juíza substituta Viviane Kazmierczak converteu em preventiva a prisão em flagrante. Para a magistrada, devido ao número de armamentos apreendidos e às agressões físicas contra a esposa e a irmã dele, a medida foi “imperiosa, a fim de acautelar a segurança das vítimas, bem como garantir a ordem pública”. O Correio tentou contato com o delegado que cuida do caso, mas a Polícia Civil informou que, por envolver um caso de violação à Lei Maria da Penha, as informações estão sob sigilo.
Agressões
O procurador é representado por Karlos Eduardo de Souza Mares e Jacqueline Dias Gonçalves. O advogado argumentou que o servidor público agiu “em legítima defesa”. “Ele (Henrique Celso) imaginou que o cunhado estivesse armado e, por isso, foi para o local onde guardava as armas. Por pensar que o cunhado atiraria contra ele, decidiu agir para se defender”, afirma Karlos Eduardo.
Em relação à briga entre Henrique Celso e a esposa, o advogado disse que não ocorreu agressão física. “O casal passava por uma fase conturbada da relação. Houve discussão e exaltação de ânimos, mas ele (o procurador) não chegou a agredi-la. Ao contrário, ele foi vítima de agressões por parte das pessoas que lá estavam. Tanto que, no laudo do IML (Instituto de Medicina Legal), foram constatadas diversas marcas de golpes no corpo do nosso cliente”, acrescenta.
A defesa do procurador informou que entrou com um habeas corpus para pedir a liberação de Henrique Celso e aguarda decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Para Karlos Eduardo, as orientações definidas pela juíza são suficientes. “O afastamento do lar e as medidas de distanciamento se mostram eficazes, segundo nosso entendimento. Até porque ele é réu primário, piloto comercial e tem moradia fixa. Esses fatos são positivos para a análise do caso”, ressaltou o advogado.
Caso Lázaro: polícia indicia três suspeitas
A Polícia Civil de Goiás indiciou mais três pessoas por suspeita de ajudarem na fuga de Lázaro Barbosa de Sousa, morto durante confronto com a polícia, em 28 de junho, aos 32 anos. As suspeitas são uma ex-sogra e duas ex-companheiras do criminoso. Se denunciadas à Justiça, elas podem responder pelo delito de favorecimento pessoal — cometido por quem presta assistência a alguém procurado pela polícia. Até ontem, os investigadores haviam concluído 12 inquéritos relativos ao caso. Um segue em andamento na Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), em Goiânia.