Construir um legado de mudanças inovadoras. Essa é uma das propostas levantadas por um grupo de empreendedores para uma Brasília moderna, plural e que atenda as necessidades de uma cidade jovem que está em constante movimento. O presidente do Instituto Iluminante, Gilberto Lima Júnior, destaca a necessidade de mostrar ao mundo um Distrito Federal que foge do imaginário coletivo de cidade administrativa e política. Um dos desafios lançados por Gilberto, com o projeto O futuro do DF em 4Rs, é explorar todo o potencial que a cidade oferece.
A proposta foi lançada durante o evento Passado, presente e futuro: um legado entre gerações, promovido em parceria com o Correio Braziliense, Fundação Assis Chateubriand, Instituto Iluminante, Picnik e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio). “O mundo está globalizado. Será que nós vamos querer continuar olhando para uma Brasília apenas como a capital da República? Nós não podemos nos acomodar, temos o espírito dos empreendedores que idealizaram o DF. Os fundadores vieram pra cá com uma visão de terceiro milênio”, destaca Gilberto.
E para falar sobre essas mudanças pelas quais a capital passou ao longo dos 61 anos, seis empreendedores — entre os mais antigos e novos — contaram um pouco de sua vivência com uma troca de experiências entre gerações. Entre os convidados, Fernando Brites — presidente da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) — Ana Arruda — idealizadora do festival Curta Brasília —, e Miguel Galvão — idealizador do Picnik. A conversa descontraída no espaço da Infinu, na 506 Sul, apontou os principais desafios para a construção de uma cidade inovadora em uma realidade pós-pandemia. E o próprio local de encontro, tem tudo a ver com o assunto da conversa, uma vez que a Infinu é a junção de vários pequenos negócios, entre eles estão restaurantes e lojas colaborativas.
Cidade cultural
Em alusão ao dia dos avós, celebrado hoje, o evento propôs expor vozes de diferentes idades para falar sobre Brasília e o cenário do empreendedorismo na capital. Em pauta, a nova geração entende que é preciso reconhecer o legado de quem veio antes, de respeitar a história da cidade e integrar esse universo a uma cidade inovadora que tem se destacado no segmento de economia criativa. Por outro lado, quem vivenciou os primeiros passos de Brasília destaca como o processo de mudança tecnológica impactou na forma de se fazer negócio. “Passamos do hardware para o software, a mão de obra foi substituída com a automação. A tecnologia não perdoou. Estamos no momento de redefinir o processo humano. A primeira palavra que uma criança aprende a falar é ‘mamãe’, a segunda é ‘papai’ e a terceira tem que ser ‘empreendedor’. O futuro já chegou”, afirma Fernando Brites, em sua fala no evento.
Para Gilberto Lima Júnior, estamos aproveitando um momento único no qual cinco gerações estão convivendo ao mesmo tempo. “Nada impede que eu, tendo 52 anos, tenha um pai de 70, um avô de 90, um filho de 30 e um neto de 10. São cinco gerações com vivências distintas. Em virtude do desenvolvimento da tecnologia, a modernidade permitiu que essas gerações se encontrassem”, destaca.
E, pensando nessa nova forma de estrutura em sociedade, o projeto O futuro do DF em 4Rs tem o objetivo de evidenciar a capacidade da capital de dar respostas urgentes para uma retomada pós-covid. “A economia criativa, que tem mais de 15 setores, como gastronomia, turismo, música, arte, o segmento cultural como um todo, é a cara dessa cidade. Nós temos o potencial de poder fazer essa reinvenção, de reinaugurar o DF”, afirma Gilberto Lima Júnior, presidente do Instituto Iluminante.
Um dos diretores do Correio, Leonardo Moisés reforça que a iniciativa foi criada por pessoas que amam Brasília, que escolheram a cidade para viver e criar laços familiares. “Esse é um projeto que tem como finalidade cuidar desta cidade, que foi planejada, tem seus problemas sociais e econômicos. Uma cidade que depende, ainda, de verba pública federal. A gente tem que encontrar alternativas para criar a nossa independência”, pontua Leonardo. Como um dos apoiadores, o Correio irá atuar como fomentador comunicativo durante todo o processo de idealização. Com entrevistas e material que visa informar a população e identificar possíveis novos colaboradores para trabalhar em conjunto por uma cidade do futuro.
A superintendente executiva da Fundação Assis Chateubriand, Mariana de Góes Borges, ressalta a visão de quem vive na capital. “A gente vê hoje uma Brasília que lá fora veem como uma cidade política. Mas a gente sabe, da vivência de quem mora aqui, que é uma cidade de opções, de cultura. A ideia desse movimento é rediscutir quais são os significados da cidade e de qual forma se reposiciona os muitos talentos que aqui vivem”, aponta.