O Governo do Distrito Federal (GDF), após suspender a antecipação da segunda dose para os profissionais da educação, optou por aplicar a medida. Na próxima segunda-feira, quem faz parte desse público e recebeu a AstraZeneca ou a Pfizer poderá adiantar o reforço. A forma do atendimento será divulgada pela Secretaria de Saúde. Para esta semana, a capital federal espera receber, até quinta-feira, 132 mil doses de imunizantes. Com a remessa, será possível ampliar a campanha para pessoas com 37 anos. Essa etapa ocorrerá sem agendamento.
As informações foram dadas, ontem, em coletiva no Palácio do Buriti, onde também houve a divulgação do calendário de vacinação das populações vulneráveis (veja quadro). O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, disse que a decisão de antecipar a segunda dose para os professores visa garantir mais segurança no retorno às aulas presenciais da rede pública, marcado para 2 de agosto.
“Esperamos esta data (próxima segunda-feira) porque, conforme estava explicando a Secretaria de Saúde, precisa ter, no mínimo, 60 dias para poder fazer essa vacinação”, explicou. Gustavo Rocha reforçou que, por enquanto, a medida vale apenas para os profissionais da educação. O restante da população deve aguardar o dia de retorno marcado no cartão de vacinação.
Anteriormente, o GDF havia suspendido a antecipação da segunda dose devido a uma fala do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, contrária à decisão. O secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, afirmou que as bulas da Pfizer e da AstraZeneca trazem a possibilidade de redução do intervalo entre as doses. “As doses dos professores estão no DF, assim como a de todos os que estão aguardando o reforço. Estudos clínicos foram realizados e dão segurança para isso (antecipação)”, destacou Osnei Okumoto.
Fim do agendamento
Gustavo Rocha anunciou que, das 132 mil doses que são esperadas para chegar até quinta-feira, 92.323 serão destinadas para as pessoas com 37 a 49 anos. Porém, desta vez, a vacinação funcionará de forma diferente, sem agendamento prévio. A mudança, que só passa a valer a partir da chegada da próxima remessa, ocorre após a plataforma da Secretaria de Saúde apresentar instabilidade durante a marcação do público entre 40 e 49 anos, na última sexta-feira.
“Temos que aguardar chegar as doses. Chegando, a Secretaria de Saúde vai deliberar e informar quando será a vacinação”, adiantou o chefe da Casa Civil. Em relação ao fim do agendamento, a Saúde estuda a melhor forma de operar. O Correio apurou que a sugestão e a intenção do secretário de Saúde é vacinar uma idade por dia, a fim de evitar aglomerações nos pontos de vacinação.
Unidades extras
Ontem, uma fala do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, repercutiu no DF. Em frente à sede da pasta, em conversa com jornalistas, o gestor disse que nenhum estado ficou prejudicado durante a campanha de vacinação contra a covid-19, o que foi interpretado como uma resposta ao GDF — que afirma que a capital federal recebe menos doses do que o necessário e, por isso, solicitou 250 mil unidades extras ao ministério.
“Ninguém é prejudicado, porque essas decisões foram tomadas lá atrás, de forma pactuada, com os secretários de saúde e seus órgãos representativos, e considera o Censo de 2010, considera a demografia de cada estado e, aqui, do DF”, justificou Queiroga.
Secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, reafirmou o recebimento do reforço. “Em momento nenhum, o ministro desmentiu a informação que o GDF passou. O secretário Osnei Okumoto fez o cálculo do deficit de vacinas que nós temos recebido. Teve a reunião tripartite em que foi aprovada a remessa de 250 mil doses para o DF para suprir a demanda”, destacou Gustavo Rocha. Segundo ele, Brasília recebeu 21 mil doses da remessa extra.