Tempo

Alerta: seca se aproxima do auge nesta semana no DF

Durante a semana, termômetros devem seguir a média dos últimos dias. Embora uma massa de ar frio esteja prevista, temperaturas não devem ficar mais altas do que no começo de julho, mas a secura pode chegar a níveis de alerta

O inverno exige que os moradores do Distrito Federal adotem alguns cuidados. Ao longo da estação, a umidade relativa do ar apresenta quedas consideráveis. Nesta semana, o índice pode atingir 25% nos horários mais quentes dos dias, segundo prevê o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As temperaturas, embora baixas, não vão seguir o mesmo caminho do começo de julho — quando a capital federal chegou a marcar 4,6°C durante a madrugada, na região administrativa do Gama. As temperaturas devem variar entre 29°C (máxima) e 11°C (mínima).

O meteorologista Heráclio Alves, do Inmet, destaca que, ao longo desta semana, as temperaturas não devem variar tanto. “Não teremos quedas como no início do mês. Uma massa de ar frio, vinda do Centro-Sul, trará um declínio na temperatura, mas nada acentuado”, explica. Ele também ressalta que na estação é mais frequente os dias com umidade mais baixa do que com baixas temperaturas. “A massa de ar mais fria atinge a estação, mas não é frequente e nem acontece durante todos os dias. No entanto, a baixa umidade é recorrente, porque o inverno é uma estação seca”, pontua.

Segundo o especialista, por isso, os brasilienses devem ter cuidado quanto ao consumo de líquidos. “Quando a umidade do ar fica abaixo de 30%, já entramos em um estado de atenção, com potencial perigo. Pois, para o conforto humano, segundo a Organização Mundial da Saúde, o adequado é que a umidade fique em torno de 60%. Manter-se hidratado e evitar se expor entre as 10h e as 16h é a melhor alternativa”, sugere.

Passeio

A estudante Amanda Magalhães, 23 anos, moradora do Sudoeste, aproveitou o clima mais ameno do domingo para passear com a mãe, Áurea, 45, e o cachorrinho de estimação, Luno. Ela confessa que prefere a estação mais quente. “Particularmente, gosto do calor. Estava achando ruim o frio do começo do mês, minha mãe também tem problemas nas articulações, então o frio afeta isso”, diz. Devido à baixa umidade do ar, a família também adota alguns cuidados. “Estamos o tempo todo umidificando o ar, tomando bastante água e evitando sair em horários de sol mais forte”, narra.

Marcelo Araújo, 39, morador da Asa Norte, diz que não sente tanto o impacto da secura no inverno. “Nasci aqui, então, já me acostumei. Para mim, entra e sai seca e não sinto mudanças. O que percebo mais é a pele ressecada.” O dentista aproveitou o fim de semana para levar os dois filhos, Júlia, 8, e Rafael, 5, para andar de patinete e de patins no Eixão. “Eles adoram o passeio. A gente vai lá poucas vezes, mas, agora, já estão perguntando quando vamos voltar.”

Bárbara Cabral/Esp.CB/DA.Press - Com os filhos, Julia e Rafael, Marcelo Araújo foi ao Eixão para aproveitar o domingo.
Bárbara Cabral/Esp.CB/DA.Press - Aline Moté, 38, militar e moradora do Cruzeiro Novo, natural do Rio de Janeiro, está há 16 anos em Brasília, mas ainda enfrenta dificuldades para lidar com o clima mais seco da capital do país.
Bárbara Cabral/Esp.CB/DA.Press - Amanda Magalhães e a mãe confessam que preferem o clima mais quente, mas aproveitaram o domingo ameno para um passeio em família.

Cuidados

A estação seca de Brasília exige de Aline Moté, 38, militar e moradora do Cruzeiro Novo, alguns cuidados a mais. Natural do Rio de Janeiro, Aline mora no DF há 16 anos. “Ainda não me acostumei ao clima mais seco daqui. Sempre sinto quando o inverno vai chegando. Para tentar melhorar o conforto eu hidrato meu nariz com soro fisiológico e coloco toalhas molhadas no quarto. Tento adotar essas alternativas, para lidar melhor com a diferença. Aqui em Brasília em também desenvolvi rinite e sempre preciso tratá-la”, conta. Outra mudança na rotina da militar foi em relação aos passeios matinais de bicicleta. “Nas semanas mais frias eu comecei a sair de casa mais tarde para pegar menos friagem. Saía por volta das 9h ou 10h. Agora que voltou a esquentar, consigo sair no mesmo horário de antes, entre 7h30 e 8h”, narra.

Por isso, o Correio separou algumas dicas para quem também sofre com a seca, confira:

— Lave as mãos com frequência e evite colocá-las na boca e no nariz;

— Procure manter o corpo sempre bem hidratado;

— Evite a prática de exercícios físicos ao ar livre entre as 10h e as 16h;

— Use produtos para hidratar a pele do rosto e do corpo, pelo menos depois do banho e na hora de se deitar;

— Coloque chapéus e óculos escuros para se proteger do sol;

— Coloque toalhas molhadas, recipientes com água ou vaporizadores nos quartos de dormir;

— Evite aglomerações e a permanência prolongada em ambientes fechados ou com ar-condicionado, pois o ressecamento das mucosas aumenta o risco de infecções das vias aéreas;

— Mantenha a casa sempre limpa e arejada. O tempo seco aumenta a concentração de ácaros, fungos e da poeira em móveis, cortinas e carpetes;

— Procure não usar vassouras, que levantam o pó por onde passam. Dê preferência a aspiradores ou panos úmidos;

— Ligue ventiladores de teto no modo “exaustor”, com ar direcionado para cima. Ligados para baixo, no modo “ventilação”, levantam a poeira que se mistura no ar;

— Não queime lixo nem provoque queimadas por descuido ou desatenção.