R$ 618,5 bilhões
Total movimentado pela pecuária brasileira em 2019, o equivalente a 8,5% da economia. Ontem, 15 de julho, foi comemorado o Dia Nacional do Pecuarista
Geada dói no bolso dos consumidores
O clima não está dando trégua ao bolso dos brasileiros. Depois de a estiagem provocar a quebra de safra de vários produtos, elevando os preços aos consumidores, agora, é a geada que está fazendo estrago em várias culturas.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), apontam que o plantio de tubérculos, em especial, de batatas, está sendo prejudicado pelo frio intenso.
As áreas mais afetadas são Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. As perdas com tubérculos e folhagens estão variando entre 15% e 30%, o que pesará no orçamento das famílias.
Cálculos de economistas indicam impacto da geada de ao menos 0,2 ponto percentual na inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A projeção é de que o custo de vida fique próximo de 6,5% neste ano, acima, portanto, do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 5,25%.
Café com gosto amargo
Se os consumidores estão sofrendo com a disparada dos preços de mercadorias do campo, os produtores de café não têm do que reclamar.
A redução da safra deste ano de pelo mesmo 17,5%, para 53,6 milhões de sacas, empurrou as cotações do grão para cima.
A saca de café está sendo vendida, nas principais regiões produtoras, entre R$ 820 e R$ 850. E pode chegar a R$ 1 mil nos próximos meses, em função da falta de chuvas e do frio intenso.
Para os consumidores, que sentem o gosto amargo do café, a alta está variando entre 13% e 15%. E vai subir mais, dizem especialistas.
Estrangeiros longe de terras no país
A Câmara dos Deputados colocou na gaveta o projeto de lei de autoria do senador Irajá Abreu (PSD-TO) que trata da compra de terras por estrangeiros. Aprovado pelo Senado em dezembro do ano passado, o projeto foi bombardeado pelos grandes produtores de grãos e de carnes, que não querem vê-lo tramitando.
O argumento para relegá-lo ao esquecimento é o de que há sobras de dinheiro no mundo, e chineses e europeus, grande consumidores de produtos agrícolas brasileiros, têm muito interesse em comprar terras no Brasil para produzir aqui.
Na visão de representantes do setor, com o projeto do senador Irajá Abreu aprovado, de uma tacada só, os estrangeiros se tornariam concorrentes na produção local e ainda deixariam de comprar de seus atuais fornecedores. “Teremos prejuízos para todos os lados”, diz um grande fazendeiro.
VetBR reforça atuação no DF
A VetBR, distribuidora de produtos para a saúde animal, assumiu, oficialmente, as operações da Zoetis Pet no Distrito Federal. A empresa é controlada pelo fundo de private equity Aqua Capital.
Com isso, VetBR inaugurou seu sétimo centro de distribuição no país, agora, na capital federal. A perspectiva é de geração de mais emprego e renda em Brasília e no Entorno.
A Zoetis é líder em saúde animal, que desenvolve, produz e comercializa vacinas e medicamentos veterinários, complementados por produtos de diagnósticos, testes genéticos e diversos serviços. Está presente em mais de 120 países. A VetBR é reconhecida por seu know-how em distribuição, com grande experiência em armazenagem, logística e gestão profissional.
“A expansão da VetBR com a Zoetis Pet em Brasília e a construção do novo centro de distribuição no DF vai ao encontro da nossa estratégia de crescimento”, diz Antonio Fontes, CEO da empresa.
Valor de produção é de R$ 1,2 tri
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estima que o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária alcance R$ 1,238 trilhão em 2021. A projeção leva em conta dados até maio.
Em valores reais, o crescimento do VBP em relação a 2020 (R$ 1,094 trilhão) é de 13,1%, já descontada a inflação medida pelo IGP-DI. Soja e milho são responsáveis por cerca de 45% de todo o VBP da agropecuária.
O indicador mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. É calculado com base nas safras e nos preços recebidos pelos produtores.
O ciclo virtuoso do biodiesel
Com a elevação de 10% para 12% na mistura de biodiesel ao diesel de petróleo a partir de setembro, terão que ser produzidos mais 200 milhões de litros de biocombustível. Para atender a esta demanda extra, serão esmagadas cerca de 620 mil toneladas de soja, principal matéria prima do biodiesel.
O aumento no volume de soja esmagada resultará na oferta de 500 mil toneladas de farelo da oleaginosa para ser usado na ração de animais e possibilitará a produção de quase 580 mil toneladas de frango.
O acréscimo de dois pontos percentuais na mistura do biodiesel ao diesel fóssil vai retirar da atmosfera 380 mil toneladas de CO² somente entre setembro e outubro, equivalente ao plantio de 3 milhões de árvores em apenas dois meses.
No mesmo período, deixarão de ser lançadas na atmosfera cerca de 200 quilos de hidrocarbonetos, 150 quilos de material particulado, 100 toneladas de oxido de enxofre e 1,7 tonelada de monóxido de carbono, poluentes que causam doenças respiratórias graves e até câncer.
As projeções são da União Brasileira do Biodiesel e do Bioquerosene (Ubrabio), entidade que representa mais de 40% dos produtores do biodiesel.
Ministros acertam discurso
A ministra da Agricultura, Teresa Cristina, participará, no dia 21, de reunião do Conselho Agropecuário do Sul, quando os ministros da região decidirão as mensagens a serem levadas à pré-Cúpula dos Sistemas Alimentares, em Roma, na semana seguinte.