Controle

Saúde define esporotricose como doença de notificação compulsória

A partir de agora, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde, seja no âmbito público, privado, universitário ou filantrópico, incluindo os serviços veterinários

O secretário de saúde, Osnei Okumoto, estabeleceu a esporotricose como doença de notificação compulsória no âmbito do Distrito Federal. A partir de agora, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde, seja no âmbito público, privado, universitário ou filantrópico, incluindo os serviços veterinários. A decisão foi publicada no Diário Oficial do DF (DODF) desta terça-feira (13/7), e visa mapear os casos da doença e traçar diretrizes de políticas públicas que levem à redução do número de casos na capital federal.

A notificação dos casos de esporotricose deve ser realizada em até sete dias, a partir da suspeita da ocorrência da doença pelo profissional de saúde. Além disso, devem ser inseridas no Sinan Net, sistema que coleta, transmite e dissemina dados gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica. Além disso, deverá ser constituído o Grupo de Trabalho de Esporotricose (GT- Esporotricose) para a elaboração do Sistema de Vigilância e Controle de Esporotricose do DF.

Segundo o texto, a decisão surgiu do aumento dos casos em diferentes regiões e a ocorrência de surtos por transmissão zoonótica, observados no país. A decisão servirá para “estabelecer um sistema oficial e a padronização dos procedimentos para coleta dos dados relativos à esporotricose no âmbito distrital, a fim de garantir o conhecimento da situação epidemiológica da doença e a adoção das medidas necessárias para o diagnóstico e manejo adequado dos casos humanos e em animais”.

Saiba Mais

A esporotricose é uma micose causada pelo fungo da espécie Sporothrix schenckii, que habita a natureza e está presente no solo, palha, vegetais, espinhos e madeira. A doença, até o final da década de 1990, era comum em jardineiros, agricultores ou pessoas que tivessem contato com plantas e solo em ambientes naturais onde o fungo pudesse estar presente em materiais orgânicos.

A transmissão ocorre pelo contato do fungo com a pele ou mucosa por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo mais comum no gato. Só se contrai a doença pelo contato com meios ou animais contaminados, não havendo transmissão de pessoa para pessoa.

Os sintomas variam de acordo com a forma com que a doença se manifesta, ou seja, se ela é cutânea (afeta a pele) ou extracutânea (afeta órgãos internos), e aparecem após a contaminação da pele pelo fungo provocando o desenvolvimento de uma lesão inicial, muito similar a uma picada de inseto.

*Com informações da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde