Os profissionais da educação que atuam na rede pública do Distrito Federal e receberam a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca serão os primeiros a ter a aplicação do reforço antecipada. A partir da próxima semana, segundo o Executivo local, esse grupo de servidores poderá completar o processo de imunização contra a covid-19, um mês antes do esperado. Anteriormente, o prazo definido entre uma aplicação e outra era de três meses, nesse caso. No entanto, o intervalo caiu para 60 dias. A medida visa garantir a volta às aulas presenciais, prevista para 2 de agosto.
A vacinação dos trabalhadores da educação começou em 20 de maio, no DF. Na próxima terça-feira (20/7), completam-se dois meses do início das aplicações. Nessa segunda-feira (12/7), em entrevista coletiva no Palácio do Buriti, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, divulgou o plano do governo local. A pasta estuda adotar a mesma ação para outros grupos, mas ainda não definiu detalhes. “Esperamos respostas do Ministério (da Saúde) e das fabricantes, para entender a melhor forma de fazer isso. Porém, como foi definido que não há problemas em antecipar, vamos adotar isso, com certeza, para (quem recebeu doses da) Pfizer e AstraZeneca”, afirmou.
Dados da Secretaria de Saúde mostram que mais de 23,9 mil trabalhadores das redes pública e privada de ensino — entre professores, servidores do departamento administrativo, vigilantes e merendeiros — aguardam a aplicação do reforço. Entre os que receberam a dose única da Janssen, 28 mil completaram o processo de imunização. Dos 56 mil convocados pela Secretaria de Educação (SEDF), cerca de 7 mil profissionais não compareceram aos postos de atendimento.
Representantes da pasta de educação acreditam que essas pessoas tenham sido vacinados nas fases de convocação por faixas etárias específicas ou de indivíduos com comorbidades. A SEDF também cogita a possibilidade de alguns desses profissionais estarem com covid-19 na data agendada ou terem tomado a vacina contra gripe até duas semanas antes do dia marcado. Por isso, deve haver nova chamada, para atendimento dos faltantes, cuja situação está sob análise na Secretaria de Saúde. Caso tenham sido imunizados, o órgão remanejará as cerca de 7 mil doses não aplicadas.
Avaliação
O Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep-DF) informou que, até o momento, 18 mil educadores de instituições privadas receberam a primeira dose ou a única. “Falta terminar de vacinar os professores dos ensinos médio e superior, bem como dos cursos livres. São cerca de 5 mil ou 6 mil profissionais”, calcula o diretor jurídico da entidade, Rodrigo de Paula, que considera positiva a antecipação da segunda dose.
Integrantes do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) também comemoraram a redução do intervalo entre aplicações para 60 dias. “Isso possibilita um retorno mais rápido e seguro”, avalia Samuel Fernandes, diretor na entidade. A educadora Fernanda Machado Costa, 38 anos, conseguiu se imunizar e considerou a possibilidade uma vitória: “Principalmente para quem passou pela doença e sabe a força do vírus”, comenta a profissional, que atua na Coordenação Regional de Ensino do Gama.
Expectativa
O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, presente à coletiva dessa segunda-feira (12/7), informou que a capital federal deve receber mais vacinas até sexta-feira. “O secretário Osnei Okumoto e o governador (Ibaneis Rocha) conseguiram sensibilizar o Ministério (da Saúde), e haverá uma readequação das doses enviadas ao DF”, declarou. Com isso, o Executivo local espera receber quantidade suficiente para ampliar o atendimento a pessoas com 38 anos ou mais, na próxima semana.
Apesar disso, o gestor não antecipou quantas doses chegarão nem a data de abertura do agendamento para o grupo. Também não há previsão de início da marcação para o público com 41 anos ou mais. Até segunda-feira (12/7), o DF tinha 1.081.636 pessoas vacinadas com a primeira dose (D1), 368.426 que tomaram o reforço (D2) e 33.729 imunizados com doses únicas.
Na segunda-feira (12/7), a Secretaria de Saúde aplicou 5.618 unidades da D1, 5.876 da D2 e 1.296 da Janssen.