Em entrevista ao CB.Poder nesta segunda (12/7), o senador do Distrito Federal Izalci Lucas (PSDB), representante titular do partido na CPI da Covid, no Senado, comentou sobre a Precisa, que celebrou o contrato de R$ 1,6 bilhão da Covaxin com o governo federal. A Precisa é a mesma empresa que vendeu para o Distrito Federal os testes investigados na operação Falso Negativo, investigação da Polícia Federal que acabou por derrubar a cúpula da Secretaria de Saúde no DF. O CB.Poder é uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.
O senador explica que três pontos vão nortear os depoimentos na CPI nesta terça-feira (13/7). Primeiro, a proposta da empresa foi apresentada fora do prazo. Segundo, o preço praticado pelo vencedor foi o dobro do preço do primeiro colocado.
Além disso, o SESC do DF fez um pregão com esse mesmo teste e conseguiu adquiri-lo por R$ 18, preço 10 vezes menor que o aprovado pela Secretaria. Outro ponto a ser discutido é que o produto entregue era ineficiente, tendo sido, inclusive retirado de circulação em outros países por ter ineficácia comprovada, como na Índia, Dinamarca, Alemanha e Argentina.
O Ministério da Saúde levou um golpe de R$ 20 milhões da Precisa e não recebeu esse recurso de volta, segundo informações do senador. Ele também acusa o DF de não ter controle de estoque de equipamento, uma maneira intencional de facilitar o desvio de recursos e mercadorias. "O ministério da saúde também não tem controle físico financeiro. Aqui em Brasília, esse recurso dos testes era recurso federal, então a cúpula foi presa e depois foi liberada com argumento de que o dinheiro era federal, por isso virou motivo da CPI", detalha Izalci.
Para o senador, o que acelera o número de mortes no Brasil é a má gestão. "O Federal está de um lado, o Estado de outro, e isso é muito ruim porque outras variantes estão vindo e nós temos todas as condições de ter a nossa vacina. Agora a gente mal conseguiu aprovar orçamento para colocá-la em teste. Em Minas e São Paulo, já tem vacina totalmente nacional e precisava apenas de recurso", explica.
Segundo Izalci, o Brasil tem quatro laboratórios de primeiro mundo, hoje utilizados na área veterinária, mas que podem ser transformados em estrutura de produção de vacina humana. Para ele, o Distrito Federal está próximo da produção da própria vacina.