A polícia não descarta o envolvimento de outras pessoas em estupro praticado contra uma mulher de 57 anos. O caso aconteceu na madrugada de terça-feira (6/7), em uma chácara em Curralinho, região do Núcleo Rural de Brazlândia. Até o fechamento desta edição, ninguém havia sido preso. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) apontam que, de janeiro a julho deste ano, foram registrados 262 estupros no DF. No mesmo período do ano passado, foram 300 ocorrências deste crime.
Em entrevista ao Correio, o enteado da vítima, identificado pelas iniciais G.C, detalhou o ocorrido. A mulher e o marido, um idoso de 75 anos, moram sozinhos na chácara. Por volta das 2h de ontem, eles foram acordados por um homem. De acordo com o enteado, o criminoso tentou arrombar a porta da casa por duas vezes e, quando conseguiu, foi direto ao quarto do casal. “Meu pai sofreu um AVC e não consegue andar sozinho. Ele não conseguiu ao menos levantar da cama”, disse.
O criminoso amordaçou a mulher e a estuprou. O enteado conta que toda a ação durou cerca de 30 minutos. Após o abuso, o homem roubou alimentos que estavam na geladeira, como leite, linguiça e cerveja, além do botijão de gás, produtos de limpeza e fugiu no carro do casal, um Prisma de cor prata. “Nunca tinha acontecido uma situação como essa por aqui. Todos os moradores se conhecem, e é muito raro acontecer um crime desse potencial nessa região. Estamos todos abalados”, contou o enteado. Segundo o familiar, a madrasta e o pai irão se mudar até que os parentes terminem a instalação de equipamentos de segurança na residência. “Vamos colocar uma cerca e câmeras de segurança. Depois, eles voltam”, complementou.
A vítima passou por exame no Instituto de Medicina Legal (IML). O delegado-adjunto da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), Ronney Teixeira, afirmou que as investigações estão em andamento para identificar o autor e não descarta a participação de outras pessoas no crime. “Estamos aguardando o resultado da perícia e ouvindo pessoas. Não podemos passar mais detalhes para não atrapalhar as investigações”, finalizou.
Palavra de especialista
"A Polícia Civil do DF tem um protocolo de atendimento às vítimas de crimes sexuais. Então, espera-se que a vítima seja atendida de forma empática, em local preservado e que sejam colhidas a maior parte das informações ali no momento, para evitar a requisição da pessoa posteriormente. Depois do relato, ela é encaminhada ao IML. No caso das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher ou dos Centros Integrados de Atendimento à Mulher, oferecemos atendimento multidisciplinar de psicólogos, assistentes sociais e advogados. Fora isso, encaminhamos elas para a rede pública de saúde. A rede conta com um atendimento às vitimas de violência sexual e também atendem aquelas vítimas de violência doméstica. A partir disso, é feita a coleta do material genético, fazemos o confronto. Convidamos a vítima a fazer o reconhecimento pessoal e, se identificado o autor, se indicia, relata e manda para a Justiça." — Ana Carolina Litran, delegada-chefe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Asa Sul (Deam 1)