O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que este sábado (31/7) e domingo (1º/8) serão gelados, com mínima entre 8°C e 10°C, no Distrito Federal. Diante dessa realidade, o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) realizou um levantamento sobre a procura por produtos para o inverno. Nos últimos oito dias, com registro de frente fria na capital, a entidade conversou com 40 lojas que vendem artigos como edredons, cobertores, mantas, luvas e agasalhos. Segundo a pesquisa, houve aumento de 6%, em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrada queda de 2%, na comparação com 2019.
O Sindiavarejista destaca que, no primeiro ano de pandemia, as vendas de inverno foram tímidas, devido às restrições de funcionamento de algumas atividades econômicas. Na loja de vestuário e calçados para o frio Artchê, na 209 Sul, as vendas aumentaram nos últimos 15 dias, conforme revela a gerente, Andrea Dornelles.
A Artchê espera vender 100% a mais do que no inverno de 2020. “Cerca de 40% dos clientes estão comprando produtos para viajar ao Rio Grande do Sul de férias, e o restante para ficar, aqui, em Brasília mesmo. Os itens mais procurados na loja são meias, luvas, gorros e casacos. A gente até está fazendo promoções de vários itens da coleção passada, com 20% de desconto”, diz Andrea.
Hidratantes
Devido à seca, típica da estação, o Sindivarejista estima alta na venda de umidificadores (12%) e de cremes hidratantes (14%). A Estação dos Cosméticos, na 210 Sul, viu essa previsão se realizar. “Os clientes diziam que, com o tempo muito seco, estava rachando o pé, o calcanhar; e a mão ficava muito ressecada, principalmente pelo uso frequente de álcool 70%. Posso dizer que a venda triplicou em relação a 2020”, afirma a gerente da loja, Yanka Santos, 20.
Vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta argumenta que, caso o frio vá embora e a umidade do ar se mantenha baixa, os resultados serão melhores. “Se permanecer essa secura agregada ao calor, a estimativa da pesquisa junto aos nossos associados é de que suba em mais de 4% as vendas (de cremes hidratantes)”, projeta. Os umidificadores podem ser encontrados a partir de R$ 120 e os cremes, de R$ 35. Nos dois casos, a maioria das compras (94%) é feita com cartões de crédito.
Funcionário da loja Mundo dos Filtros, na 109 Sul, Edilson Cavalcante, 54, espera ter um mês de agosto com alta na procura por umidificadores. “A gente vendia bem mais produtos antes da pandemia. Normalmente, pelo que estou vendo, elas tiveram uma queda, mas não com as mesmas expectativas de venda do ano passado. Não está tão seco em Brasília como foi em anos passados. Neste ano, vendemos uma média de, no máximo, 10 peças por semana”, relata. O vendedor conta que, em 2018 e 2019, eram de três a 10 unidades comercializadas por dia. “Apesar da baixa procura, acredito que as vendas vão aumentar a partir de agosto”, avalia Edilson.
Sem chuva
Este mês de julho registrou os menores índices de umidade relativa do ar em relação ao mesmo período de 2020. O Inmet mostra que, de 1º de janeiro a 30 de julho deste ano, a taxa mais baixa observada aconteceu no último dia 20, em Brazlândia, quando a umidade relativa caiu para 13%. No mesmo mês de 2020, o índice mais baixo registrado foi no Gama, 18%.
Meteorologista do instituto, Andrea Ramos alerta que a tendência é de o percentual diminuir ainda mais nas próximas semanas. “A gente está entrando em agosto, e o inverno tem essa característica das umidades baixas. Estamos registrando de 25% a 30%, em média, no mês de julho. Nosso padrão, de 15% a 20%, pode chegar em agosto, o que tende a demonstrar essa situação. Mas a maioria (das taxas baixas) acontece em agosto, setembro e até em outubro”, adianta Andrea.
De acordo com a especialista, o que provoca essa queda são fatores da própria estação. “Durante o inverno, temos como característica de condição de tempo esse bloqueio atmosférico de altos níveis (acima do mar) de 15 dias e até mais. Então, essa massa de ar seco é assim, com essas temperaturas baixas na parte da manhã baixas e aumentando ao longo do dia. Não só para o DF, mas para todo o Centro-Oeste, até o sul da região Norte, o interior da região Nordeste e oeste da região Sudeste”, enumera. “Lembrando que, em julho, a climatologia, ou seja, a chuva esperada é de 6,3mm, mas ainda não houve registro de chuvas neste mês. A última chuva aconteceu em 15 de junho, e, de lá para cá, estamos sem precipitações. Em agosto, aumenta a quantidade de chuva esperada, para 24,3mm”, complementa.
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