A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) continua a aplicar, neste fim de semana, a primeira dose de vacinas contra a covid-19 em pessoas com 35 anos ou mais. Para esta sexta-feira (30/7), há 8,3 mil unidades disponíveis a esse público. Em um dia de fluxo normal, a média de pessoas atendidas fica em torno de 1 mil. No entanto, segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, se houvesse repasse suficiente de imunizantes, a pasta teria potencial para receber 200 mil pessoas diariamente (leia Três perguntas para).
Nesta sexta-feira (30/7), a população poderá buscar um dos 61 pontos de atendimento, das 8h ou 9h — para postos drive-thru — até as 17h (confira a lista abaixo). No sábado (31/7) e no domingo (1º/8), a quantidade será menor, mas a SES-DF ainda não informou o número. No fim de semana, o foco da secretaria será aplicar o reforço em quem completou a metade do processo vacinal. A fim de incentivar o público a tomar a segunda dose, o Governo do Distrito Federal vai antecipar o atendimento de quem recebeu os imunizantes CoronaVac ou Oxford/AstraZeneca. Quem tiver de voltar à unidade básica de saúde até 6 de agosto poderá procurá-las a partir de sábado (31/7).
Em alguns períodos do dia, a movimentação tem sido intensa. Os servidores públicos Lucas de Araújo, 36 anos, e Karen Orttis, 35, foram os primeiros a chegar ao drive-thru do Parque da Cidade ontem, às 4h15. O casal de amigos foi atendido às 9h20. "Agora, o negócio é não sair por aí, como se tudo tivesse voltado ao normal", comentou Karen.
Ao contrário deles, o administrador de empresas Júlio Sobrinho Rocha Pessoa, 47, não enfrentou filas para receber a primeira dose, no posto de saúde do Lucio Costa. A demora na vacinação só ocorreu porque o morador de Vicente Pires teve dificuldades para marcar a data pelo site da SES-DF. "Ficou bem melhor (sem agendamento). O movimento foi tranquilo, e o pessoal atende superbem", opinou.
Apesar de ter anunciado, na semana passada, que não trabalharia mais com agendamento durante a campanha de vacinação, o Executivo local optou por retomar a estratégia para atender pessoas com comorbidades que ainda não receberam qualquer dose. Por isso, a Secretaria de Saúde abrirá mais 1 mil vagas, nesta sexta-feira (30/7), às 15h. A marcação ficará disponível apenas para esse grupo, pelo site vacina.saude.df.gov.br. O atendimento será no domingo e na segunda-feira, na Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano.
A pasta também iniciou a repescagem para profissionais da educação nessa quinta-feira (29/7), no mesmo endereço. A expectativa é de que 2,1 mil pessoas recebam as doses até sábado (30/7), das 18h às 22h. Eles receberam convocação por e-mail, encaminhado pelas escolas onde atuam, e, para se vacinar, deverão levar documento de identificação com foto, contracheque e a ficha disponível no site da SES-DF preenchida.
Enquanto isso, o GDF espera o repasse de 292 mil doses do Ministério da Saúde, que tem até 1º de agosto para responder ao pedido do Executivo local sobre a quantidade extra de imunizantes. Além do governador Ibaneis Rocha (MDB) e da Secretaria de Saúde, representantes do DF atuaram para cobrar mais vacinas à capital federal. O deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR); já a ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, e o senador Antônio Reguffe (Podemos) conversaram diretamente com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com a mesma intenção.
Investigação
A SES-DF aguarda o resultado do sequenciamento genético das amostras de três funcionários e um paciente do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB) para verificar se eles contraíram a variante Delta do novo coronavírus. Nessa quinta-feira (29/7), a assessoria da unidade de saúde confirmou que os casos envolvem essa cepa e informou que, em vez de quatro, há seis infectados.
Por meio de nota, o hospital afirmou que identificou os casos por meio de testes feitos no laboratório do HCB. A assessoria comunicou que há quatro funcionários com a doença, além de uma criança de 6 anos e do acompanhante desse paciente — que está na unidade de terapia intensiva (UTI) em leito isolado. Os demais não tiveram quadro grave. O Hospital de Apoio de Brasília (HAB) enfrenta surto da covid-19. Lá, 26 pessoas receberam laudo confirmando a infecção pela variante Delta. Uma profissional terceirizada morreu.
Entre quarta (28/7) e quinta-feira (29/7), o DF registrou 676 casos e seis mortes por covid-19, o que elevou o total para 448.666 e 9.599, respectivamente. Em relação à vacinação, 34.763 pessoas (44,3% do total da população) receberam a primeira dose, e 15.263 (18,4%), a segunda. A vacinação tem dado resultado. O número de pessoas com 60 anos ou mais que morreram por causa da doença caiu 32,68% neste mês, na comparação com janeiro, quando a campanha de vacinação estava começando e as vítimas dessa faixa etária foram 205 — contra 138 até essa quinta-feira (29/7).
Três perguntas para
Divino Valero, subsecretário de Vigilância à Saúde do Distrito Federal
Há relatos de pessoas que foram a postos de atendimento para tomar a segunda dose e não encontraram vacina. Como melhorar essa logística?
Vivemos uma situação complicada. Temos recebido a segunda dose em pequenas quantidades. Há um delay (atraso) na disponibilização de imunizantes. Mas os postos têm um pouco de todas as vacinas. Evitamos divulgar antes, para evitar a escolha da fabricante. Preferimos informar que a D2 (o reforço) está nos locais de atendimento e (que é necessário) apresentar o cartão de vacinação. A ideia é distribuir equitativamente em todos os postos as vacinas que temos.
Muitos telefones das unidades de saúde não atendem. Como é possível tirar dúvidas sobre os serviços nesses locais?
Pela Ouvidoria da Secretaria de Saúde. O telefone é 162. Ou pelo site (saude.df.gov.br). Lá, há todas as informações sobre a campanha de vacinação.
Por que a Secretaria de Saúde optou por cancelar os agendamentos? O resultado da mudança está dentro do esperado?
Não tem mais agendamento porque os grupos prioritários foram vacinados. Não podemos eleger nenhum grupo mais importante do que o outro (na fase atual). Temos de abrir para as idades e esperar a chegada de doses. Quando recebemos o suficiente, temos capacidade de vacinar. Hoje (quinta-feira), abrimos dois terços dessa nossa força. Se abrirmos os 160 pontos (de vacinação), conseguimos imunizar 200 mil pessoas por dia.
Colaborou Jéssica Eufrásio
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