A existência de uma rede de ajuda a Lázaro Barbosa continua como um dos focos da investigação do caso do criminoso que mobilizou buscas por 20 dias. O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, reforçou que a hipótese não foi excluída. "As investigações caminham para sabermos quem podia ser beneficiado pelos crimes que ele cometeu". Contudo, até o momento o único fazendeiro indiciado é Elmi Caetano, 74 anos. De acordo com Rodney, "ao dar guarita ao Lázaro, ele (Elmi) atrasou em uma semana a captura do foragido", afirma.
A declaração foi feita em coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira, concedida por representantes das forças de segurança do Distrito Federal e de Goiás. O delegado chefe da 24ª Delegacia de Polícia, Raphael Seixas, explicouque a motivação do assassinato cometido contra a família Marques Vidal ainda não foi descoberta. Uma das linhas apuradas é a de crime patrimonial, no entanto a investigação não descarta nenhuma hipótese. Além do assassinato da família Marques Vidal, a 24ª DP investiga quatro inquéritos de roubo em que Lázaro é suspeito.
"O que podemos afirmar com certeza é que a autoria do crime contra família (Vidal) é de Lázaro e que a Cleonice chegou a ser violentada. Mas não descartamos nenhuma informação, tudo está sendo apurado. E precisamos verificar se houve outros envolvidos no crime", destaca.
Para o delegado chefe da 17ª DP (Águas Lindas), Cléber Martins, é importante ressaltar que as investigações estão sob sigilo, mas, em qualquer momento, novas provas podem acrescentar outras linhas de apuração.
Investigações
O caso já teve quatro pessoas indiciadas por favorecimento pessoal. O primeiro suspeito de ajudar Lázaro em sua fuga foi Elmi Caetano, que foi preso ainda durante as buscas por Lázaro. Entretanto, na última semana a polícia também indiciou as duas ex-companheiras e a ex-sogra de Lázaro. De acordo com Rodney Miranda, elas teriam dado alimentação, informações e suporte para que Lázaro tentasse fugir de Edilândia e Girassol, distritos de Cocalzinho em que se concentravam as buscas pelo foragido.
Relembre o caso
Lázaro Barbosa, 32 anos, é apontado como o principal suspeito de matar, em 9 de junho, Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Na invasão à chácara da família, Lázaro também sequestrou Cleonice Marques, 43, encontrada morta somente em 12 de junho, em um córrego a 8 km de onde a família morava - Lázaro também é acusado de outros crimes como estupro, roubo e dois homicídios em Barra do Mendes, na Bahia.
Após matar a família Marques Vidal, Lázaro fugiu para a região de Cocalzinho, nos distritos de Girassol e Edilândia. O criminoso teria conhecimento da região e foi apontado como “mateiro” pelo Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda. As buscas por Lázaro duraram 20 dias, com a atuação de 270 agentes de diversas forças de segurança. A megaoperação também contou com drones de infravermelho, cães farejadores e helicópteros.
Lázaro morreu em um confronto com a equipe de buscas, em 28 de junho, após trocar tiros com a polícia em Águas Lindas (GO). Apesar da morte do principal suspeito, as investigações continuam. No entanto, valor investido a Delegacia-Geral da Polícia Civil de Goiás impões sigilo de cinco anos no valor investido nas buscas do foragido. De acordo com a resposta da instituição, obtida pela Lei de Acesso a Informação (LAI), a divulgação dos valores fragilizaria a corporação.
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