Obituário

Servidor do CNMP morre, aos 51 anos, após complicações da covid-19

Carlos Eduardo Novaes Faccin, 51 anos, lutou durante quatro meses após ser internado pela covid-19. Há duas semanas, era tido como curado pelos médicos, mas foi contaminado por uma bactéria e não resistiu

Ana Maria da Silva
postado em 18/07/2021 14:31 / atualizado em 18/07/2021 15:10
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Na manhã deste domingo (18/7), encerrou-se a luta do servidor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) Carlos Eduardo Novaes Faccin, 51 anos, contra as complicações de uma infecção bacteriana, fruto de sua internação pela covid-19. Morre com ele um sorriso aberto, marca de sua vida.

Dudu, como era chamado pelos amigos e familiares, foi internado em 11 de março, no hospital Sírio Libanês da Asa Sul, com resultado positivo para o novo coronavírus. Ficou mais de um mês intubado, mas superou a covid-19. Há duas semanas, estava no quarto, animado com a chance de recuperação e de deixar o hospital. Após ser tido como curado pelos médicos, ele foi contaminado por uma bactéria e não resistiu.

Amigo para todas as horas, profissional de primeira e grande pai de família, Dudu era casado com Franceneli, pai de dois meninos, Thales e Diogo. Era natural de Castelo, no Espírito Santo. Ingressou no serviço público por concurso.

Ele veio para Brasília acompanhado de seus pais. Chegou ainda pequeno. Em 1970, no ano que nasceu, começou a trilhar sua história na cidade. Era o caçula de cinco irmãos. Deixa os irmãos, Elizabeth, Simone, Maísa e Antônio Luís, cunhados, sobrinhos, e a mãe, Dona Glória.

Dudu tinha um enorme carinho pela família. Ao Correio, seu sobrinho Gustavo Paes Faccin, 25, contou que o tio era um verdadeiro exemplo a ser seguido. “Ele era uma pessoa honesta, tinha o coração muito grande. Sempre foi muito feliz e fazia questão de ajudar as pessoas ao seu redor”, conta.

A admiração não para por aí. Gustavo diz que o tio fazia questão de sempre estar com a família. “Ele gostava muito de pescar. Já fomos várias vezes juntos. Gostava também de andar a cavalo. A minha família sempre teve fazenda, então ele sempre fazia esse tipo de programa”, ressalta. A pescaria era uma paixão.

Para Gustavo, o tio vai ser sempre lembrado pelo companheirismo e a honestidade. “Toda a nossa família está muito triste. Sempre tivemos esperança de que ele iria melhorar”, acrescenta.

A seguir mensagem do amigo Sergio Pimenta, em nome da turma de pescaria, da qual Dudu era o “Presidente”:

“O Dudu era um amigo cujas qualidades eram tantas que se fôssemos descrevê-las não saberíamos por onde começar. A dimensão da nossa tristeza é tão grande que fogem as palavras e sobram as lágrimas e um vácuo que ninguém será capaz de ocupar jamais. Serão dias difíceis até que a sabedoria de Deus, através do tempo, da aceitação e da fé, nos faça deixar a angústia da perda para seguirmos os nossos caminhos. O Dudu sempre estará dentro de nós nas melhores lembranças daquele que sempre foi um exemplo de amigo, de filho, de irmão e de pai. A vontade de Deus é a lei do universo e nos resta aceitar, chorar, sofrer e crer no reencontro. Não há muito conforto neste momento tão triste mas vamos nos agarrar na fé e guardar em nossos corações o orgulho de poder ter sido parte da vida deste grande homem que deixará muita saudade. Vá nosso irmão e descanse em paz, você foi um exemplo de luta e o nosso amor por você estará sempre guardado entre as lembranças e o respeito que temos por você”.

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