A definição de uma floresta é uma tarefa complicada que depende de uma série de fatores estabelecidos por fundações ambientais. Seja pelo tamanho da área de terra plantada, pela altura das árvores ou pela vegetação ali encontrada, a regra é que toda floresta é uma área protegida.
Neste domingo (17/7) é comemorado o dia de proteção às florestas, a data é um lembrete de que esse cuidado deve partir de todos. Mas se engana quem pensa que a proteção de florestas é algo distante da realidade brasiliense. No Brasil, há vegetações consideradas florestas dentro dos biomas, como é o caso do Cerrado.
Para entender melhor como funciona a classificação de florestas e como o Cerrado está no meio disso tudo, o Correio reuniu algumas informações das principais características, veja no infográfico:
Mas o que Brasília tem a ver com florestas?
A superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água do Brasília Ambiental, Rejane Pieratti, explica que as florestas são áreas protegidas com grande biodiversidade e por todo o Brasil existem as chamadas Unidades de Conservação (UC’s) que têm áreas naturais de espécies que devem ser protegidas.
Existem 82 unidades de conservação no Distrito Federal, destas, 26 são abertas à visitação do público. Alguns bem conhecidas pela comunidade brasiliense, como, o parque olhos d'água, parque da asa sul, orla do lago, parque das garças, lago norte, Península Sul, parque do asa delta, Dom Bosco, Saburo Onoyama e o Parque das três meninas.
Para aqueles que gostariam de ter uma experiência na mata sem sair de Brasília, Rejane indica o Parque Ecológico das Copaíbas. Localizado no Lago Sul, o parque conta com trilha rústica de 4,2 km, espécies do cerrado o ‘cerradão’, campo e mata, poços, nascentes e uma pequena cachoeira, além de outros atrativos.
É importante ressaltar que nem todos os parques de Brasília são UC’s, por isso, em alguns é possível fazer churrascos, festas e ter espaços de lazer, enquanto que em outros, as restrições são maiores. Rejane explica que os espaços como Taguaparque e Parque da Cidade são considerados parques urbanos que não têm atributos ambientais.
Alguns dos espaços de conservação abertos ao público têm espaços de lazer, mas as regras são diferentes.
“Muitas dessas unidades abertas ao público vão ter parquinhos e quadras, mas não se pode esquecer que ali tem uma biodiversidade que deve ser mantida, é uma unidade de conservação e que precisa ser cuidada.” explica Rejane.
A superintendente lembra ainda que esses ambientes são considerados como pequenos pulmões dentro das cidades, e que as restrições servem para evitar danos causados pela própria população, como a depredação do ambiente.
Para Rejane, é importante que a população entenda a importância da preservação e ajude a cuidar dos espaços. Apesar de serem monitorados por lei, Sistema Nacional de Unidades de Conservação, SNUC, a comunidade tem o dever de contribuir para que os parques não sejam depredados ou que sofram com os acidentes e crimes ambientais.
“Principalmente agora, com o início da seca, tem que tomar cuidado com os incêndios florestais. A maior parte dos incêndios quem faz são as pessoas. Tem muita gente que passa pelos parques para trabalhar e se incomoda com a vegetação alta e jogam fogo para baixar vegetação.” afirma.
Reflorestamento
Quando casos como incêndios acontecem a perda de vegetação é muito grande, e para revitalizar estes espaços, são feitos projetos de reflorestamento.
Atualmente, em Brasília, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, SEMA, tem um projeto de recuperação das Áreas de Preservação Permanente, as Apps. Na Orla Sul, o projeto tem parceria com o Instituto Rede Terra, e na Orla Norte a execução acontecerá numa parceria entre Sema, Ibram, Fundação Banco do Brasil, Serviço Florestal Brasileiro e Instituto Espinhaço.
No primeiro momento, o projeto de recuperação do Lago Sul foi dividido em duas fases, feitas através do diagnóstico de mapeamento de hectares que vão ser revitalizados.
O diagnóstico do Lago Sul mapeou 321,83 hectares de áreas degradadas e/ou alteradas, sendo que desses foram mapeados 22 polígonos totalizando ações com plantio de mudas nativas do cerrado em 75 hectares. Já no Lago Norte, foram mapeados 202,90 hectares de áreas degradadas e alteradas, sendo que desse quantitativo serão selecionados 40 hectares para plantio.
Em um mapeamento de áreas passíveis de recuperação, pelo menos 50% estão dentro das unidades de conservação. A assessora especial da Subsecretaria de Assuntos Estratégicos, Flávia Ilíada, explica a importância do reflorestamento. “A principal é a segurança hídrica. A segunda importância que a gente também mapeia neste projeto, é a mudança climática. Dentro dos estudos do aquecimento global, uma das formas de minimizar o impacto dos aquecimentos, é por meio do reflorestamento."
A comunidade pode e deve ajudar
Para a preservação e conservação das matas e vegetações, a população pode ajudar se tornando um vigilante, denunciando crimes ambientais ou alertando sobre a presença de incêndios. Os canais de atendimento são os Bombeiros, no 193 ou na Ouvidoria Geral do Governo do DF, por meio de telefone 162 ou pelo site www.ouvidoria.df.gov.br, que encaminhará a denúncia ao instituto imediatamente.
*Estagiária sob supervisão de Hellen Leite
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