CRIME ORGANIZADO

Megaoperação contra roubo, receptação e desmanche de carros

Mais de 180 policiais civis participaram da ação, que terminou com 11 pessoas presas preventivamente e milhares de itens apreendidos em um caminhão-baú. Ao menos 16 vítimas foram identificadas

» JÉSSICA MOURA
postado em 13/07/2021 21:48 / atualizado em 13/07/2021 22:28
 (crédito: Vibrar/Divulgação)
(crédito: Vibrar/Divulgação)

Após prender 11 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha que furtava ou roubava carros para desmanchar e vender peças no Distrito Federal, a Polícia Civil procura mais um envolvido no esquema. Ontem, a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) deflagrou uma operação, para cumprir 12 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão, no Gama, em Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Goiânia e em Águas Lindas (GO).

Na operação, intitulada Autopeças S/A, a polícia apreendeu dois caminhões-baú com milhares de itens de carros furtados ou roubados e desmanchados. As provas, segundo integrantes da Corpatri, são suficientes para indiciar os suspeitos por crime de organização criminosa, receptação qualificada e lavagem de dinheiro — cujas penas podem somar 30 anos de prisão. Os alvos dos criminosos eram, principalmente, veículos novos ou de luxo.

O grupo costumava levar os veículos para retalhar em galpões no Sol Nascente, no Setor de Indústrias de Ceilândia e no Assentamento 26 de Setembro. Além do material dos caminhões, houve apreensão de mercadorias em três lojas de peças que pertenciam aos chefes do grupo criminoso. Elas ficavam em Samambaia, Ceilândia e Taguatinga. No Setor H Norte, a polícia encontrou mais itens, em três estabelecimentos cujos donos compravam produtos roubados pelos criminosos. Tudo passará por análise da perícia, para identificação dos veículos aos quais pertenciam.

As peças roubadas eram transportadas em dois caminhões-baú e em uma van adesivada como transporte escolar, para despistar a fiscalização. O grupo tinha divisão de tarefas bem definida, com dois chefes responsáveis por passar orientações, cuidar do comércio nas lojas e da interlocução com parceiros que compravam os produtos roubados para revenda. Três pessoas cometiam os roubos, duas transportavam as peças e os demais atuavam nos desmanches. Os 11 estão presos preventivamente, sem prazo para liberação.

As investigações começaram há mais de um ano, após recebimento de denúncias anônimas. Até ontem, a polícia havia identificado 16 vítimas. “Teremos de analisar essas apreensões. Mas há elementos suficientes para conclusão do inquérito. Apreendemos muita coisa e mais vítimas serão ouvidas. Por isso, esse número (de 16 pessoas) pode aumentar. Todas as vítimas disseram que foram abordadas por indivíduos armados”, frisou a delegada-adjunta da Corpatri, Isabela Albino.

Em menos de um mês, o grupo movimentou mais de R$ 500 mil com as peças e os carros roubados. “Eles ameaçavam as vítimas, sobretudo em Samambaia e Taguatinga. Acreditamos que a prisão desse grupo pode diminuir ocorrências desse tipo nessas regiões”, completa a delegada. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal revelam que, de janeiro a junho deste ano, 30,6% dos 1.060 casos de roubo de veículo aconteceram nas duas cidades.

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