O rock que, na década de 1980, colocou Brasília no mapa da música popular brasileira, passa a ser ainda mais valorizado a partir de hoje, com a inauguração, às 10h, na Torre de TV, da primeira placa do roteiro turístico que vai contar a história dessa manifestação cultural na capital do país. Não por acaso, o ato ocorre na data em que é comemorado o Dia Mundial do Rock — estilo cultuado por pessoas de diferentes gerações.
Para a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, a criação da rota do rock ressignifica a importância de um movimento deflagrado por bandas como Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Detrito Federal, entre outras, que agora se torna um roteiro turístico.”Só Brasília alcança este privilégio e isso, com certeza, vai encher de orgulho jovens brasilienses de todas as idades”. Vanessa costuma dizer que, na adolescência, acompanhou a trajetória dessas bandas, inclusive assistindo a shows.
“Com a Rota do Rock, que tem Philippe Seabra, guitarrista e vocalista da Plebe Rude, como curador, e produção de Tata Cavalcante, tanto os moradores da cidade quanto os visitantes passarão a ter um novo olhar sobre Brasília. Inicialmente, serão instaladas 40 placas, mas se surgirem novas sugestões elas serão analisadas”, destaca Vanessa. “Tudo isso está sendo possível pela importância atribuída ao projeto pelo governador Ibaneis Rocha e a parceria com a Secretaria de Estado e Economia e a União Pioneira de Integração Social (Upis)”, acrescenta.
Na avaliação de Philippe Seabra, a Rota do Rock vem celebrar a cultura candanga e apontar para as novas gerações um caminho de espontaneidade, inerente a esse gênero musical. “O que levou as bandas surgidas na década de 1980 a fazerem esse tipo de música foi a curiosidade intelectual, lucidez e a urgência necessárias naquele momento”, destaca. Ele vê o rock de Brasília — patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal, pela Lei Distrital nº 5.615 — “como um alicerce da contestação e liberdade de expressão”.
Merecimento
Para Digão, vocalista e guitarrista dos Raimundos (banda dos 1990), a cidade merece uma iniciativa como esta. “Quando tocamos em outras cidades brasileiras e no exterior, sempre nos apresentamos como uma banda de Brasília e temos o respeito do público. Tudo isso começou nos anos 1980, com as bandas formadas por amigos da Turma da Colina (conjunto de prédios habitados por professores da UnB), que viriam a formar bandas que tinham o punk rock como referência”.
As placas a serem instaladas nas estações da Rota do Rock seguem um padrão internacional de sinalização, com informações também em inglês e espanhol, para atender a turistas estrangeiros. O visitante poderá conhecer, ainda, o fato ocorrido ali, ao acessar um QRCode. Com isso, será possível ampliar este conteúdo no Google Earth. Nesses espaços, serão realizadas promoções musicais no estilo Porão do Rock e Rock na Ciclovia, que fazem parte da história da música brasiliense.
15 primeiras placas a serem instaladas
• 1 - Torre de TV: onde vários grupos se apresentaram ao longo dos anos
• 2 - Upis: palco de várias apresentações musicais
• 3 - QI 8, Lago Norte: residência de Philippe Seabra
• 4 - Colina UnB: onde moravam vários dos músicos
• 5 - Ed. Rádio Center: onde muitas bandas ensaiavam
• 6 - Esplanada dos Ministérios: palco de grandes shows de aniversário da cidade
• 7 - Estádio Nacional Mané Garrincha: apresentação de Legião Urbana e Capital Inicial
• 8 - SQS 303: residência de Renato Russo
• 9 - Espaço Cultural Renato Russo: antigo Teatro Galpãozinho (508 Sul)
• 10 - Entrequadra 110/111 Sul: Food’s, onde as bandas subiam em caminhões para se apresentar
• 11 - Centro de Convenções Ulysses Guimarães
• 12- Concha Acústica de Brasília: lançamento do LP Rumores
• 13- Centro Comercial Gilberto Salomão, Lago Sul: local do primeiro show do Aborto Elétrico
• 14 - Residência Raimundos, QI 9 do Lago Sul: casa do Digão
• 15 - Ermida Dom Bosco: palco de vários shows de rock
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