A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um morador da Estrutural por torturar o filho de 5 anos em castigos “educacionais”. O caso ocorreu na Cidade Estrutural e, segundo o relato da mãe do menino, as punições aplicadas pelo homem eram diversas. O menino precisava ficar de joelhos e com os braços levantados durante horas seguidas. O depoimento da mulher revela que o filho já chegou a ficar quatro horas na mesma posição.
De acordo com Jane Klebia, delegada da 8ª Delegacia de Polícia e responsável pela apuração do caso, são diversas as lesões no corpo do garoto. “Algumas perguntas ainda não foram respondidas, como, por exemplo, há quanto tempo ocorrem as agressões. Estamos investigando o caso, mas algumas cicatrizes, de acordo com o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), são antigas. O menino tem cortes na panturrilha, nas costas, nos ombros e o laudo comprova as lesões”, explica.
A denúncia feita pela mãe do garoto aponta que, em um dos castigos, a criança chegou a chorar muito e vomitou. O homem, então, o teria obrigado a comer o próprio vômito. A investigação do caso continua e a Polícia avalia se pede uma prisão preventiva.
“Não tivemos flagrante, porque a mãe quem trouxe a notícia do fato. Estamos apurando, já temos algumas provas e vamos juntá-la com a oitivia (testemunho) especial da criança, ouvir alguns vizinhos e indiciar (o pai) por tortura. Dependendo do que a mãe disser, vamos pedir a prisão preventiva”, destaca.
Segundo o apurado pela Delegacia, o homem é o pai biológico da criança, mas não convivia com o menino. “Ele teve esse filho com ela, mas não pagava pensão nem ajudava a criá-lo. Agora, quando o menino fez 5 anos, eles teriam decidido reatar. No começo, a mãe disse que os castigos não eram tão severos e o menino ficava apenas alguns minutos de joelho e com os braços levantados. Mas aos poucos, as agressões ficaram mais graves”, conta.
O crime de tortura tem pena de 2 a 8 anos, agravados quando as vítimas são deficientes, crianças ou idosos.
Prevenção
Para a delegada Jane Klebia é importante que a população de pais, cuidadores e parentes devem entender que correções educacionais de crianças são possíveis sem abuso físico. “Exagero, tortura, agressões, tudo isso é abuso. As pessoas precisam estar cientes que mesmo que as marcas físicas melhorem, as psicológicas continuam. Existem outras formas de educar”, finaliza.
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