A vacinação conta a influenza ganha cada vez mais adesão da população no Distrito Federal. Com a ampliação da campanha para todas as pessoas a partir de 6 meses de vida, os brasilienses podem procurar uma das 100 unidades básicas de saúde (UBSs) que aplicam a dose com o cartão de vacinação e um documento de identificação com foto. O imunizante é trivalente e protege contra três tipos de gripe: a Influenza A (H1N1 e H3N2) e a Influenza B. A medida da Secretaria de Saúde segue orientação do Ministério da Saúde. A baixa procura dos grupos prioritários é um dos fatores que motivou a mudança, feita na segunda-feira (5/7).
De acordo com o último boletim informativo da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza no Distrito Federal, divulgado pela Secretaria de Saúde, de 12 de abril a 2 de julho, 522.182 brasilienses foram vacinados contra a gripe. Entre os grupos prioritários, a cobertura ficou com uma média de 50% do público-alvo. As gestantes foram as que mais procuraram as unidades de saúde para receber a dose do imunizante, com 59,2% da cobertura vacinal deste grupo. Em seguida aparecem as crianças entre 6 meses de idade até 6 anos incompletos, com 58,9% vacinados. Os idosos foram 58,1%, trabalhadores da saúde (52,5%) e puérperas (51,0%).
Ao todo, a capital recebeu nove remessas da vacina contra Influenza, com um total de 1.175.940 doses para um público de 1.117.656 milhões de pessoas. A imunização seguirá ocorrendo, enquanto durar o estoque, nas unidades básicas de saúde que não estão aplicando a vacina contra a covid-19. A separação foi feita para dar maior segurança à população, além de evitar aglomerações e longas filas.
A enfermeira Flávia Lemes, da UBS 1 da Asa Norte, conta que após a ampliação do público-alvo houve uma grande procura pelo imunizante. Ela ressalta que há vários pontos que estão aplicando a vacina e que os brasilienses não precisam se preocupar. Se tiver fila em um local, pode se dirigir a um outro posto. De acordo com Flávia, a vacina que está sendo aplicada atualmente é composta para combater os três vírus da gripe que mais circularam no ano passado. A única contraindicação é para crianças menores de seis meses de idade, e pessoas com história de alergia grave (anafilaxia) a algum componente da vacina ou que tiveram reações alérgicas à dose anterior. Para quem tomou a vacina contra a covid-19, é necessário um intervalo de 14 dias entre as imunizações, assim como o contrário.
Frio e coronavírus
A aposentada Ana Maria Oliveira de Souza, 59 anos, aproveitou a liberação para a imunização foi se vacinar na UBS 1, da Asa Norte. Ela conta que se sente mais aliviada após tomar a dose sobretudo devido à pandemia. “É bom para ficar tranquila e não confundir os sintomas da gripe com a da covid-19. É bom para desafogar a rede de saúde. Às vezes uma tosse, espirro pode ser só um resfriado, uma gripe. Então, para garantir e eliminar as chances de ficar gripada vim me vacinar”, explica a moradora que já recebeu a D1 contra o novo coronavírus. Este é o segundo ano que ela recebe vacina contra a Influenza. No ano passado, Ana Maria também garantiu a imunização diante dos receios de um vírus, até então, pouco conhecido.
Os missionários Lucas José Paulino, 36, e Luana de Alencar Nunes Paulino, 27, aproveitaram a ida a unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação do filho Miguel Nunes Paulino, 4, e para imunizar a família inteira contra a gripe. O caçula Isaac Nunes Paulino, com 3 meses de vida, não recebeu a dose. “A gente entende a importância da vacinação. Hoje, os holofotes estão todos para a covid-19, mas precisamos lembrar que tem outros vírus que matam também. É preciso incentivar a vacinação e acreditar no nosso sistema de saúde”, destaca Lucas José Paulino. A família que reside na Granja do Torto não vê a hora de tomar de poder se proteger contra novo coronavírus.
Para a advogada Brisa Libardi, 28, manter o cartão vacinal em dia é rotina. “Tomo vacina em qualquer período, é importante se vacinar. E pelo que eu tenho visto os infectologistas falando, a vacina contra a gripe é mais uma proteção diante de uma pandemia”, ressalta. Moradora da Asa Norte, Brisa conta que se vale de todos os cuidados de prevenção a covid-19 e que só saiu de casa para se vacinar.
Dinalva Ferreira da Silva, 39, tem mais uma preocupação, o frio que chegou, período que facilita a proliferação da influenza. Ela levou os dois filhos para que os três se imunizassem — Alana da Silva Rodrigues, 1, e Iarley da Silva, 13. “Essa mudança de clima é propícia para a gripe, então é bom cuidar e se vacinar. E o governo está de parabéns por liberar as vacinas para toda a população”, comenta a diarista
A família de Fabiana Aguiar Silva, 45, perdeu entes para a infecção pelo novo coronavírus. A irmã, o filho e o sobrinho não estão na idade de se imunizarem contra o Sars-Cov-2, no entanto tomaram a dose contra a gripe nessa quarta-feira (7/7), como uma forma de se proteger de outras doenças. “Já que não chega a vacina da covid-19 para eles, estamos garantindo a da influenza”, diz. Fabiana preferiu não se vacinar neste momento, pois vai agendar a vez dela para a imunização contra a covid-19 primeiro, assim que abrirem vagas para a marcação.
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Covid-19 na capital
O Governo do Distrito Federal (GDF) vacinou, desde o começo da campanha, 1.062.146 pessoas com a primeira dose (D1) e 350.207 com o reforço (D2). Outras 17.049 receberam a vacina em dose única, da Janssen. Nessa quarta-feira, 15.396 doses foram aplicadas da D1 e 2.510, da D2. Nesta semana, o GDF espera a chegada de mais doses.
Entre os principais grupos contemplados até o momento, 158.765 profissionais de saúde receberam a D1, 112.627 o reforço e 21 foram imunizados com dose única. Pessoas com comorbidades somam 194.284 imunizados com a D1 e 8.814, com a D2. Os trabalhadores da Educação estão com 23.638 docentes com a D1; 235, com a D2; e 15.802 com a dose única. Da população a partir de 45 anos, 605.330 receberam a primeira dose e 217.553 o reforço.
O DF registrou, nas últimas 24 horas, 697 casos e nove mortes pela covid-19. Ao todo, são 435.405 infectados; 9.331 óbitos; e 419.236 recuperados. A média móvel de ocorrência dos últimos 14 dias caiu 11,35%, enquanto a mediana de mortes diminuiu 38%. A taxa de transmissão está em 0,91.
A rede pública, nessa quarta-feira, operava com 70,47% de ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs), voltadas para o tratamento do novo coronavírus. Dos 422 leitos, 146 estavam ocupados, 57 livres e 229 bloqueados. Na rede particular, a ocupação era de 80,71%, sendo que, das 270 unidades, 159 estavam com pacientes, 40 vagos e 71 bloqueados. Na fila, três pacientes com suspeita ou confirmação da doença aguardam vaga.